O segundo vice-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vereador Diego Guimarães (Progressistas), afirmou que a Mesa Diretora deverá recorrer da decisão liminar, na qual suspendeu a votação de alteração do regimento interno da Casa.
Alan Cosme/HiperNoticias
A alteração permitiria ao atual presidente, Justino Malheiros (PV), se candidatar à reeleição, possibilidade antes vetada. "Pelo que conversei com ele [Justino Malheiros], a Procuradoria já está preparando um recurso, um agravo de instrumento e também informações do mandato de segurança. Por hora, a informação é essa", afirmou o parlamentar ao HiperNotícias.
O projeto de resolução foi votado na sessão de terça-feira (15) e aprovado por 13 votos a 12, com um voto de "minerva" do presidente da Casa após empate na votação. Para Guimarães, os parlamentares estão antecipando a eleição da Mesa Diretora, em detrimento de assuntos mais relevantes do ponto de vista social, como a falta de remédios nos Postos de Saúde.
Diego Guimarães também afirmou ter orientado Justino a acatar a necessidade de 17 votos para aprovar a mudança regimental. Desta forma, ele iria evitar enfrentamento com os parlamentares. Outro ponto de contenda foi o fato de o presidente ter negado o pedido de vista dos vereadores Dilemário Alencar (Pros) e Gilberto Figueiredo (PSB).
"Não foi abuso de poder, foi uma interpretação do regimento interno diferente. Ele entendeu que, como presidente, estaria acima do direto de um vereador pedir vista. Esse direito precisa ser respeitado. Quem comanda a sessão é o presidente, eu não presidia aquela sessão, mas dei o meu pitaco. Por mim, deveria ter dado vista para cumprir à risca o regimento", disse.
“Interesses particulares”
Guimarães nega ter votado junto com Justino por fazer parte da Mesa Diretora, mas que este é um entendimento pessoal dele. Além disso, a alteração regimental não garantiria a candidatura do atual presidente da Casa. Os vereadores estariam levando em consideração “interesses pessoais” para votar contra a medida.
Alguns, inclusive, teriam o procurado para angariar apoio ao pré-candidato à Mesa, o vereador Misael Galvão (PSB). "Eu queria em um debate, quando a gente trata de Saúde, transporte coletivo, pavimentação asfáltica, o mesmo interesse dos vereadores. Mas porque eles não têm? porque tem interesses particulares”.
"Eu não tenho compromisso de voto com ninguém, muito embora, os doze que votaram contrário, praticamente declararam apoio ao Misael. Estão antecipando o processo eleitoral de uma forma muito prematura e arriscado. Eu não tenho dúvida, é muito ruim, todo processo eleitoral, quanto mais longo for, mais desgastante fica", concluiu.
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