O delegado Cristian Alessandro Cabral questionou a direção da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC) se haverá o pagamento das diárias para os delegados convocados ao trabalho durante o dia 2 de outubro, quando haverá as eleições municipais de 2016.
Em ofício, ele afirma que só irá trabalhar “caso seja feito o pagamento da necessária e devida diária”. O documento ainda diz que direitos e garantias legais vem se transformando “em meras expectativas”.
“A despeito de reconhecer que vivemos em um verdadeiro ‘Estado de transformação’, onde o pagamento da RGA é postergado e parcelado, onde o pagamento do salário base é atrasado e escalonado, dentre outras transformações de direitos e garantias legais em meras expectativas, só irei iniciar o deslocamento para atender a convocação de trabalhar nas Eleições de 2016 fora da sede do meu exercício, caso seja feito o pagamento da necessária e devida diária”, diz o texto do delegado.
Com o vazamento do ofício pelas redes sociais, o delegado Cristian Cabral emitiu nota de esclarecimento. Ele ressalta que a convocação é para trabalhar nas eleições em um local distante 600 km de onde exerce a profissão.
Também afirma estar passando por momentos de dificuldade financeira, razão pela qual exige o pagamento da diária.
Nega qualquer mal-estar pessoal com o governador Pedro Taques (PSDB), em quem exerga inúmeras qualidades, como o “apreço que tem pela legalidade, pela moralidade e, principalmente, pela sátira.”
Por fim, ainda diz que não é “bobó cheira-cheira”.
Conforme o presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso, delegado Wagner Bassi, a informação apresentada à entidade representativa é de que o governo vai pagar as diárias. Ele lembra que o recurso é necessário para o deslocamento dos delegados, assim como o custeio de hospedagem e alimentação nos locais para onde foram convocados. Avisa ainda que se não houver o pagamento, a categoria não deve se deslocar e atender à convocação.
Confira a nota do delegado Cristian Cabral, na íntegra:
Em atenção ao ofício subscrito por mim que vem circulando pelas redes sociais, venho esclarecer que o mesmo trata exclusivamente de questões administrativas envolvendo minha convocação para trabalhar nas Eleições 2016 distante cerca de 600 km do local de meu exercicio.
Como é do conhecimento de todos e vem sendo amplamente divulgado na mídia, atravessamos um momento de instabilidade econômica e, infelizmente, tal como o Governo do Estado de Mato Grosso não me preparei adequadamente e estou atravessando um momento de crise financeira, razão pela qual não posso abrir mão do recebimento da necessária e devida diária para realizar o demandado deslocamento a serviço do Estado.
Não há, pelo menos de minha parte, nenhum mal-estar com o Senhor Governador do Estado, pessoa na qual, inclusive, enxergo muitas qualidades como a forma firme e combativa com que defende seus ideais, o apreço que tem pela legalidade, pela moralidade e, principalmente, pela sátira.
Quero ressaltar, parafraseando o Governador, que o meu compromisso é para com o Estado de Mato Grosso, não sou bobó cheira-cheira, não sou aventureiro, sou funcionário do Estado de Mato Grosso há 15 anos e continuarei a sê-lo por no minimo mais 15 anos, se não acontecerem as prometidas mudanças nas regras de aposentadoria.
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Waldney 27/09/2016
Parabéns ao Delegado. Somente os servidores tem que apertar o cinto para reduzir gastos? Existem tantas medidas a serem tomadas, especialmente no meio político. Alguém já ouviu falar em redução a de verba indenizatória, uso de carro pessoal para ir ao trabalho, e outros bemeficios? O estado vai travar com Polícia sem combustível, delegacia com ar condicionado travado 26 graus, redução de expediente. .. escolas sem investimentos. Realmente o Estado está transformado.
Henrique 27/09/2016
Corretíssimo Delegado! Volto a insistir, não há crise, pois se esta de fato existisse teríamos que ter extinções de órgãos e empresas; limitação drástica de empenhos; fusão da SEPLAN com a SEFAZ ou SEGES; nomeação de servidores de carreira em cargos comissionados de execução; redução dos salários dos Secretários e Adjuntos; taxação do agronegócio; redução do salário do Governador e Vice; redução dos “asponis” da Casa Civil; extinção da verba de representação; extinção das verbas indenizatórias; carro de representação não circula mais; entregas de diversos prédios alugados de propriedade dos amigos etc. Alguém está vendo estas medidas em ação? É obvio que não! O Governador quando lhe é conveniente fala: “enquanto uns choram eu vendo lenço”, pois bem cadê a criatividade e competência de sua equipe? QUANDO OS HOMENS DE BEM OMITEM, O MAL TRIUNFA!!!
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