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Política Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016, 17:13 - A | A

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Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016, 17h:13 - A | A

ESQUERDISTA CONVICTO

"CAB é mais uma prova de que a privatização não elevou a qualidade dos serviços", diz procurador Mauro

PABLO RODRIGO

À véspera de completar 41 anos, nesta quinta-feira 25 de agosto, Mauro César Lara de Barros, conhecido como procurador Mauro, disputará a sua sexta eleição em Mato Grosso. Antes, foi candidato ao governo do Estado em 2006; à prefeitura em 2008; ao Senado em 2010; e novamente à prefeitura em 2012 e candidato a deputado federal em 2014,todas as candidaturas pelo PSOL.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

procurador mauro/2016

Procurador Mauro disputa pela terceira fez a prefeitura de Cuiabá

Um dos fundadores da legenda no Estado, já foi filiado ao PT, mas deixou o partido logo depois da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, por acreditar que a sigla tinha abandonado as ideias de esquerda.

 

Procurador da Fazenda Nacional desde dezembro de 2003, Mauro sempre estudou em escola pública, sendo alfabetizado em uma escola rural na região de Cuiabá. Chegou a cursar Engenharia Civil por um ano, mas abandonou o curso para fazer direito na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

 

Filho de músico, Mauro tomou gosto pela música desde muito cedo junto com os irmãos por acompanhar o pai e os tios em apresentações nas principais festas regionais e religiosas do Estado. Em 1998 fundaram a banda de Lambadão, "Os Ciganos".

 

Como candidato a prefeito de Cuiabá, procurador Mauro defende a criação de uma empresa pública para estatizar o transporte público da Capital, assim como a retomada dos serviços de água e esgoto pela Sanecap. 

 

Procurador Mauro fala de suas propostas para cultura, saúde e educação. Confira os principais trechos da entrevista.

 

 

 

Nome - Mauro César Lara de Barros, Procurador Mauro

Idade - 40 anos  -  Nascimento - 25 de agosto de 1975

Formação - Advogado e Técnico em Edificações

Natural de Cuiabá - MT

Casado com Keidyma Cunha de Moraes Lara de Barros e não tem filhos.

Filiações partidárias - PT (2002) e agora no PSOL

 

HiperNotícias - Como surgiu o gosto pela política?

 

Procurador Mauro - Sempre fui ligado na política no sentido de estar acompanhando pela imprensa, conversando em casa e com amigos, opinando. Sempre fui simpatizante das ideias de esquerda, da igualdade, solidariedade, essa coisa do liberalismo, do lucro pelo lucro, nunca me atraiu. E, nesse meio tempo, quando passei para o concurso de procurador, eu me perguntei: é só isso que será a minha vida? Então foi um momento de reflexão onde entendi que era muito pouco ser apenas funcionário público e que eu poderia contribuir muito mais com a sociedade, e o caminho não seria apenas discutir política com amigos. E pensei que poderia ingressar na vida política-partidária. Esse momento coincidiu com o abandono das ideias de esquerda do PT. E aconteceu o surgimento do PSOL que vinha mantendo esses ideais de esquerda, de igualdade. Com a proposta de um estado que contribua com os mais pobres, que distribua igualmente as riquezas, acabei atuando na fundação do partido, na coleta de assinaturas para a criação do PSOL em 2005. Quando o PSOL teve a oportunidade de lançar candidatura em 2006, eu acabei sendo escolhido para ser candidato a governador. Depois de 2006, percebemos que o caminho era esse: ser candidato.

 

Hiper - O senhor também é músico. Como surgiu o gosto pela música, principalmente, pelo lambadão?

 

Mauro - Eu sou cuiabano, fui criado no meio das festas regionais, de igrejas, em Bomsucesso, Guia, Aguaçu e, dentro dessas festas, a cultura regional é muito forte, o Cururu e Siriri, o Rasqueado e posteriormente o Lambadão. Meu pai era músico, meus tios e eles tocavam em várias festas em Chapada dos Guimarães e a gente acompanhava. Eram muito requisitados. Então, eu já cresci numa família muito musical, meu pai tocando, meus tios e todos nós em casa tomamos esse gosto pela musica, tocando violão, eu e meus irmãos. Eu toco violão. E quando começou a surgir esse movimento muito forte do rasqueado e lambadão, nessa transição, entre o rasqueado e o lambadão, a gente começou a tocar em festas de aniversário de amigos e foi assim que surgiu a banda "Os Ciganos".

 

Hiper -  E como foi a escolha pelo lambadão?

 

Mauro - A cultura regional estava nessa transição, se você pegar o primeiro CD da banda "Os Maninhos" foi de rasqueado. Os lambadões que eles tocavam nos bailes e festas foram adaptados porque ainda era um momento forte do rasqueado no final da década de 90. Tinha o Pescuma, Henrique e Claudinho, Roberto Lucialdo, João Eloy, e essa transição para o lambadão. Se você olhar as músicas dos CDs de rasqueado, do Henrique e Claudinho, já falavam em rasque-lambada, que era uma mistura de rasqueado e lambada. Então nossa banda surgiu nesse momento.  Não foi uma escolha, foi o momento cultural do Estado que fez a gente ir para o lambadão.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

procurador mauro/2016

Procurador Mauro concorre sem coligações

Hiper - Quantos CDs vocês gravaram?

 

Mauro - Nenhum. Os nossos cds são gravados nos bailes, de maneira pirata, as pessoas gravam e fazem cópia. Mas nunca lançamos CD com selo e em estúdio e já tocamos desde 1998.

 

Hiper - É rentável a banda Os Ciganos?

 

Mauro - Não. Tocamos por diversão. Mas dois dos meus irmãos são musicos e é rentavel para eles.

 

Hiper - E ser de uma banda conhecida ajuda na política?

 

Mauro - Nós nunca usamos a banda para fazer política e nem a política para divulgar a banda. Separamos isso muito bem. Mas é natural porque as pessoas que estão nos shows, vem e conversa com a gente sobre política. É inevitável.

 

Hiper - Como o senhor enxerga a questão da valorização cultural em Cuiabá?

 

Mauro - O problema é a falta de investimento. A cultura recebe ainda um valor muito pequeno de investimento. O caminho é avançar nos moldes do Plano Nacional de Cultura, que é aplicar 1,5% dos recursos dos municípios em Cultura. Isso já seria um grande avanço. Esse valor é considerado razoável pelo movimento cultural do Brasil todo. Temos que fazer uma política de valorização da cultura regional, junto com outras manifestações culturais. Mas a cultura regional tem que ser tratada de maneira mais especial. Um exemplo é só pegar os meios de comunicação de massa, o espaço é inexistente para a cultura regional. Hoje, por exemplo, existe apenas um programa de tv e um programa de rádio destinado à cultura regional. Em regra, o lambadão, o rasqueado não tem espaço nas rádios comerciais de Cuiabá. E mesmo assim existe todo um circuito econômico dessa cultura regional. Se tivesse o apoio dos meios de comunicação, seria muito mais forte e valorizada a nossa cultura. E como o município é um grande anunciante, ele pode agir como um indutor dessa participação da cultura regional nas rádios. Hoje só tocam cantores nacionais.

Outro ponto importantissímo é que em cuiabá está rolando um apartheid cultural. E como isso vem ocorrendo? Se você for em um show da prefeitura, não é poluição sonora, se você for um show da expoagro, não é poluição sonora, se for na Musiva, não é poluição sonora, se for um show nacional, não é poluição sonora. Agora se for um show regional, se for um pequeno artista, é considerado poluição sonora na visão da prefeitura. E muitos músicos estão sendo presos e os seus instrumentos aprendidos. Na verdade, isso é uma reserva de mercado.  Porque um artista nacional pode vir aqui  e fazer um show com um mega som e o artista regional local não pode porque pode ser multado, é preso por conta dessa lei da poluição sonora. Então, a nossa proposta é fazer um regramento imparcial para criar espaços culturais onde não haja a pertubação do sossego público, mas que essa regra seja para todos. Hoje algumas pessoas podem trabalhar e outras não. 

 

Hiper - Qual o principal desafio da Cuiabá dos 300 anos?

 

Alan Cosme/HiperNoticias

procurador mauro/2016

 

Mauro - Existem três coisas que precisamos avançar no município. saúde, educação e transporte Público. É possível melhorar enormemente esses três serviços com rapidez e vontade política e com a aplicação correta dos recursos, com uma boa gestão. Essa comemoração dos 300 tem que vir aliada a uma melhora dos serviços públicos para poder comemorar alguma coisa. Nós planejamos uma grande festa com toda a Cuiabá, de inclusão. Acreditamos que Cuiabá merece comemorar esses 300 anos, mas com melhorias para o povo. Nessa melhora que acreditamos ser possivel, tem que ser verdadeira, não só na mídia como estamos vendo. A gente precisa fazer concurso público para a saúde para valorizar essas pessoas com uma boa carreira. Agora temos muitos contratados na saúde. O caminho é o concurso público para termos servidores de carreira, valorizados e com estrutura adequadas para o serviço.

 

Hiper - O que pode ser feito concretamente para resolver o problema do Pronto-Socorro?

 

Mauro - Desde 2006, quando fomos candidato pela primeira vez, já falávamos que Cuiabá precisaria de um novo hospital. E na época defendíamos um hospital estadual. Cuiabá deveria ter um hospital estadual. E em 2006 já queríamos terminar o Hospital Central. Em 2008 e 2012, também propusemos que o município poderia sim construir um novo Pronto-Socorro, que esse prefeito começou, mas vai deixar só o esqueleto. A meta é terminar essa nova estrutura, é um ponto importantíssimo. O início dessa construção foi apenas propaganda porque a obra nada andou. Então, temos que avançar nas estruturas e na valorização dos profissionais da saúde pública. Nós também precisamos aumentar a cobertura da Saúde da Família. Mas temos que resolver urgentemente essa questão do pronto atendimento. Então temos que resolver essa questão do pronto-socorro, de pessoas jogadas nos corredores, de pessoas esperando 4, 5, 6 horas para serem atendidas. E isso se faz dando condições dignas para os profissionais trabalharem. Esse é o nosso objetivo.

 

Hiper - O que o senhor promete e que pode ser cumprido em 100 dias gestão no atendimento à saúde pública de Cuiabá?

 

Mauro - A primeira coisa coisa é abrir as portas dos hospitais e desses equipamentos que temos e não aguardar passar por vários caminhos até chegar ao hospital São Benedito ou Pronto-Socorro. Também faremos uma auditoria no que diz respeito nos equipamentos e materiais de trabalho dos servidores. Há muita reclamação de falta de materiais e equipamentos. 

 

Hiper - Levando em consideração apenas o orçamento do município, o que poderia ser feito para aumentar a vaga nas creches de Cuiabá?

 

Mauro - A questão das creches é uma questão de prioridade. Tem que ser prioridade do município. Às vezes, o município gasta muito recursos em outras áres que, talvez, poderia ser remanejado para a educação. Outro problema grave que resulta nisso é a questão do desvio de dinheiro público no Estado. Não adianta você aumentar o recurso se esse recurso é desviado, aplicando esses recursos públicos corretamente já impacta nas creches, outra questão é a qualidade. Se você aumentar a qualidade da educação, com a valorização dos servidores, com uma carreira digna, isso aumenta a qualidade da educação.

 

Hiper - O senhor defende a continuidade das obras do VLT? O que será feito, caso eleito, no transporte público?

 

Mauro - Nós sabemos dos problemas do VLT e dos desvios de dinheiro público da gestão passada. Mas também vemos muita má vontade da atual gestão com o VLT. Talvez, estão pensando que se terminarem a obra, o credito ficará para o governo anterior, não sei. Mas que existe má vontade, existe. Nós entendemos que o VLT é um meio de transporte moderno. E nós defendemos a  conclusão desse transporte moderno. Cuiabá pode sim ter esse transporte moderno. Os problemas que tiveram na licitação, tudo, poderá ser resolvido perfeitamente para que o Estado continue com a obra. Os trens estão lá, ficando velhos, precisa resolver isso rapidamente. Vejo o governo do Estado com muita má vontade, inclusive, quando decidiu judicializar essa obra, foi para postergar ou até abandonar a obra. Vejo com tristeza essa postura do governo do Estado. Então vamos defender e pressionar para o término da obra. Agora em relação ao transporte público que temos atualmente só prova o fracasso dessa ideologia em que as pessoas têm de que tudo que é privado é melhor do que o público, isso não é verdade. Você pode ter um serviço público de qualidade e um serviço privado de qualidade e vemos um transporte público na capital de péssima qualidade e caro, muito caro. A planilha que fixa a tarifa é obscura. Você percebe claramente o subfaturamento da quantidade de pessoas que utilizam o transporte público. Se você ver essa planilha das empresas, você verá que só 10% da população de Cuiabá que usam o transporte público, o que não é verdade, é só andar um dia de ônibus que verá isso. Outro problema sérissimo é a questão da licitação.  E incrivelmente o transporte público de Cuiabá funciona sem licitação dessas empresas que estão aí.

A nossa proposta é uma intervenção imediata no transporte público e a criação de uma empresa pública municipal de transporte para realizar esse serviço. Nós vamos municipalizar o transporte público. Desse modo, em um mês a prefeitura operando esse serviço, você consegue abrir a caixa preta dessa planilha, então, você saberá os custos e a quantidade de passageiros e isso poderá balizar a empresa municipal e reduzir a tarifa porque o municipio não visará lucro. 

 

Hiper - Em sua gestão, qual destino será dado à CAB Cuiabá?

 

Mauro - Em 2012 quando fui candidato a prefeito, a gente já denunciava esse processo de venda da Sanecap para a CAB. Já apontávamos que era o processo viciado, obscuro, feito na calada da noite. As manifestações contrárias foram reprimidas na época. E a CAB é mais uma prova de que a privatização não elevou a qualidade dos serviços. A empresa não cumpriu as metas. Então a nossa proposta desde aquele momento era a retomada dos serviços de água e esgosto para o municipio, para a sanecap. Hoje existe uma decisão já falando que o processo de venda foi viciado. E se foi viciado o próprio poder público pode anular esse processo. Então a nossa proposta é a reestitatização desses serviços para a Sanecap.

 

Hiper - Qual a sua proposta para o Centro Histórico e à região portuária do Rio Cuiabá?

 

Mauro - Nós vamos intensificar a revitalização dessas regiões, a do Porto e do Centro Histórico, e ao mesmo tempo levar as manifetações culturais de nossa cidade para esse locais. Cultura também revitaliza esses espaços públicos. A orla do Porto e no Centro Histórico também terão cultura, mas sem essa lógica comercial. Não adianta revitalizar visando lucro. A lógica tem que ser de inclusão para que a população viva essas regiões. E com segurança nesses locais. Muita gente deixa de ir nesses locais por falta de segurança.

 

Hiper - E como governar sem alianças, sem apoio dos vereadores e deputados, já que o senhor é contra os atuais políticos que estão no poder?

 

Mauro - Nós sempre defendemos uma campanha modesta, sem grandes financiamentos, de empreiteiras, do agronegócio, para mantermos a nossa independência porque acreditamos que as coisas estão mudando de verdade. Acreditamos que as pessoas estão mudando e que querem uma grande renovação em tudo. Com esse espírito de renovação na política que o povo quer, vai levar a gente a ser prefeito de Cuiabá, também chegará na Câmara e elegerá pessoas dignas e independente de partidos, essas pessoas novas também fará um mandato com responsabilidade. E nós vamos ganhar com o apoio do povo. E nós vamos chamar o povo para as grandes decisões. A relação entre prefeitura e Câmara tem que mudar. Não pode ser de troca de favores. Isso tem que mudar. E nós vamos enfrentar esse debate.

 

 

 

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Pedro Antunes 25/08/2016

Procurador Mauro, voto em você, mas vai perder muito voto com este negócio de estatizar transporte coletivo. Está provado que o setor público é incompetente, não dá conta de cuidar nem da saúde, segurança e educação que são mais essenciais. O que tem que fazer com o transporte coletivo é abrir para mais empresas, ter concorrência com regras claras e duras e quem não cumprir sai fora.

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