O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PR), afirma que apoia totalmente as operações desencadeadas pela Polícia Federal (PF), porém esclarece que a polícia deveria se comunicar com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que os trabalhos tivessem menor impacto nas negociações do produto brasileiro com o mercado exterior. As três fases da Operação Carne fraca colocaram sob "suspeita" a qualidade da carne brasileira e prejudicaram as negociações com o mercado exterior desde o ano passado.
“Esse ano, devido a nossa aproximação com a PF, pedimos que quando iniciasse um nova Operação que fosse chamado o pessoal do ministério da Agricultura, que são aqueles que sabem das regras para que pudessem ajudar na informação. Não somos contra investigação de A ou B, mas isso não pode criar coisas que possa refletir em problemas com o mercado”, explica o ministro durante entrevista à Gazeta Agro.
Na semana passada foi deflagrada a Operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca que investiga irregularidades nas concessões de licenças para frigoríficos. Os abatedouros forneciam dados fraudados de análises para o Mapa.
Conforme o ministro, após a deflagração da primeira fase da operação, no ano passado, todos os mercados que tinham suspendido a compra de carne bonina foram retomados, exceto um na América central, e houve expansão nas vendas dos produtos nacionais.
“Estamos trabalhando na abertura de mercado na Tailândia, um mercado importante para a carne bovina e a Coreia do Sul, que é importante para a suína”, ressalta.
Maggi conta que há problemas para expandir a venda de carne para a Rússia e que as negociações ainda tramitam. “Já fiz todas as concessões que poderia fazer pelo ministério, acionei o presidente Temer para tratar diretamente com o presidente Putin”, afirma.
Operação Carne Fraca
A investigação teve o com o objetivo de desarticular organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintêndencias Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público.
Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.
A partir dessa fase foram desencadeadas outras duas que investigam irregularidades nos frigoríficos brasileiros.
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