O ex-vice-governador e pré-candidato ao Senado, Carlos Fávaro (PSD), declarou que o governador Pedro Taques (PSDB) se mostrou um gestor ruim ao faltar com compromisso na hora de cumprir as promessas feitas na campanha de 2016, apesar de ter atuado corajosamente no Senado e no Ministério Público Federal.
Alan Cosme/HiperNoticias
Ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD)
“Ele, que se mostrou um procurador da república, um senador destemido e corajoso, não teve a mesma coragem para implementar o rigor e o controle do gasto público. Não teve o rigor e a coragem para dizer ‘não’ e deixou seu Governo encher a população de promessas que não seriam cumpridas. Isso é muito ruim e desgasta a política. Eu não quero mais isso para Mato Grosso”, disparou Fávaro em entrevista à Rádio Capital 101,9 FM.
Fávaro conta que fez sua parte como vice-governador, durante os três anos e três meses que esteve atuando no Palácio Paiaguás, alertando Taques das promessas exageradas e da necessidade de ter critério com o dinheiro público.
“Quando eu via que estava prometendo aquilo que não era possível cumprir, eu não participava. Internamente eu cobrava ‘está oferendo demais, prometendo demais, não está sendo criterioso no gasto público’”, comentou.
De acordo com o ex-vice, ele não alertou a população antes para evitar ser taxado de descrente no poder da gestão tucana.
“Imagina se logo no começo do Governo eu trago isso a público? Se eu venho falar ‘não vai fazer, lançou 66 obras de infraestrutura na baixada cuiabana, R$ 1 bilhão em obras, não vai dar conta’. O que iria ser dito? ‘Esse vice-governador vem desestabilizar o Governo’. Eu não fui no lançamento dessas 66 obras porque não acreditava. ‘É impossível fazer em três anos de governo’, falei internamente”, relembrou.
Após fazer um diagnóstico do mandato de Taques, Fávaro não acredita na reeleição. Alega que a população irá reconhecer nas urnas se as promessas foram cumpridas, assim como aconteceu no último processo eleitoral.
“O gestor presta conta do que fez e se está indo bem a população lhe dá um novo mandato. A população é muito sábia, sabe reconhecer. Em 2016, 70% dos prefeitos mato-grossenses que tinham direito a reeleição, não foram reeleitos. Então essa história de dizer ‘a máquina publica reelege’ é mentira. O que reelege é ter feito e cumprido compromisso da campanha anterior”, analisou.
Segundo o presidente do PSD, Taques errou em colocar a culpa na crise financeira, uma vez que o orçamento de Mato Grosso cresceu R$ 8 milhões em três anos, não justificando o não cumprimento do prometido. O pré-candidato espera para 2019 uma pessoa de palavra para gerir o Estado.
“Quero um governador que cumpra com o que prometer à população. Que seja austero e rigoroso, porque um estado como o nosso com orçamento crescente em todos os anos, apesar da crise brasileira. Saiu de um orçamento de 2015, de R$ 17 bilhões para R$ 25 bilhões em 2018. Não pode botar culpa na crise para não estar cumprindo com os compromissos feito com a população”, finalizou.
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