O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, participou na manhã desta quarta-feira (7), na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), da Marcha dos Prefeitos. Em entrevista, Rabello afirmou que o o banco pode "tudo, menos emprestar dinheiro aos municípios e ficar sem receber".
Alan Cosme/HiperNoticias
Paulo Rabello e Neurilan Fraga
"O BNDES pode fazer tudo [pelos municípios], menos emprestar e não receber de volta", brincou Rabello. "O Banco é bem equipado financeiramente. É o Banco Nacional de Desenvolvimento, e o desenvolvimento ocorre nos municípios, principalmente nas pequenas cidades, o pequeno empreendimento. São os grandes geradores de emprego do País", afirmou Rabello.
Ressaltando orgulho em ser mato-grossense, o presidente revelou a nova linha de crédito do banco destinado aos empreendimentos localizados em pequenos municípios, intitulada "Pró-Municípios". Dentre as áreas de interesse do banco em financiar estão a regularização fundiária; turismo; mobilidade urbana e outros problemas como iluminação pública.
Além disso, o banco possui uma linha conhecida como Pmat (Modernização da Administração Tributária), no qual capacita as prefeituras para resolverem problemas e aumentarem a arrecadação, como também fazer avaliações de mérito dos servidores.
"Mas também tem uma linha para equipamentos turísticos. Você está falando de um município com cavernas, cachoeiras? Venha falar conosco. Através de pequenas verbas, o município dá um grande salto no quesito atendimento ao turista", convidou Rabello de Castro, elencando ainda outros setores que podem receber recursos dos Banco.
BNDES "constrangido"
Paulo Rabello disse também que o BNDES está "constrangido" em Mato Grosso, devido ao problema da BR-163. A rodovia depende de recursos do Banco para a concessionária Rota do Oeste, administradora da rodovia, possa dar continuidade nas obras de duplicação da rodovia federal. Segundo Castro, MT o Estado "mais poderoso em potencial".
"Mas estamos com obras paradas, está ai a Rota do Oeste. O BNDES fica constrangido aqui. Tentamos e ainda não conseguimos resolver e isso é vergonha. Nós precisamos desenrolar esse jogo, dos projetos estruturantes. Eles vão deixar os produtores com mais dinheiro na mão, pois deixarão de perder os grãos nas estradas", disse.
Segundo o presidente, o Banco abaixou a taxa de juros para esses "projetos estruturantes" para 0,9% ao ano. "Nós estamos acostumados a pagar os juros mais pornográficos do mundo. Precisamos acabar com isso no nosso País. O BDNES é colaborador nesse processo", argumentou Paulo Rabello de Castro.
Desenvolvimento
Paulo Rabello disse ainda que o Brasil precisa de uma reforma tributária e inverter a ordem de importância dos entes federados e colocar os municípios no topo. De acordo com ele, a reforma tributária e a regulamentação do pacto federativo é necessária para garantir mais equilíbrio entre obrigações e contrapartidas.
"Por outro lado, temos de lembrar que os municípios não podem querer somente mais dinheiro. Mais dinheiro são palavras que muita das vezes desencaminham o futuro do Brasil. Mobilização política, criatividade, inteligência, espirito de organização, preparação, estudo por parte do prefeito sobre onde alocar esses recursos. Essas são as responsabilidades que viram com mais dinheiro", finalizou.
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