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Política Domingo, 18 de Março de 2018, 16:55 - A | A

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Domingo, 18 de Março de 2018, 16h:55 - A | A

MOMENTOS FINAIS

CPI do Paletó é marcada por cinco fases e fim precoce

FELIPE LEONEL

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI do Paletó), instaurada na Câmara de Vereadores no dia 14 de novembro do ano passado, começa a caminhar em direção a sua conclusão. Apesar de ainda ter mais 40 dias para as investigações, a CPI que demorou meses para ser instalada, teve um requerimento apresentado pelo presidente da Casa, Justino Malheiros (PV) aprovado, colocando fim a fase de depoimentos. 

 

Alan Cosme/Hipernotícias

silval barbosa cpi do paleto

 Depoimento do ex-governador Silval 

É possível descrever os trabalhos da investigação em cinco principais fases: A parte na qual foram recolhidas as assinaturas; a suposta manobra da base do prefeito, na qual mais dez vereadores assinaram o requerimento e a retirada do "poder" do presidente de decidir sozinho. Ainda tem a fase de oitivas e o fim precoce da investigação. 

 

A CPI foi marcada por embates desde quando o vereador Marcelo Bussiki (PSB) começou a colher assinatura dos vereadores, tendo adesão imediata de apenas seis. Foram eles: Bussiki; Joelson Amaral (PSC); Abilio Brunini (PSC); Felipe Wellaton (PV); Gilberto Figueiredo (PSB) e Elizeu Nascimento (PSDC). 

 

Apesar do apoio imediato de alguns parlamentares, ela foi instaurada quase três meses depois, quando o vereador Diego Guimarães voltou de licença e preencheu a sétima assinatura. A partir daí, o movimento para abrir uma investigação para apurar o vídeo do prefeito recebendo dinheiro do ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Correa, ganhou força. 

 

A nona assinatura foi do vereador Toninho de Souza (PSD), tornando a abertura da CPI viável. A partir deste momento, a base de sustentação do prefeito resolveu aderir, em massa, ao requerimento. Os primeiros signatários do documento alardearam nos microfones daquela Casa "a manobra" feita pela base, pois assinaram o documento após ser protocolado, uma vez que sendo maioria, vereadores aliados a Pinheiro ocupariam a maior parcela de cargos na CPI. 

 

Alan Cosme - HiperNotícias

cpi do paletó

 Em um dos momentos tensos da CPI, Dilemário aponta o dedo para os membros Adevair e Nadaf 

Neste momento, deu-se início as discussões sobre quem poderia compor a CPI, gerando muita confusão e discussões acaloradas. Em reunião do Colégio de Líderes, ficou definida a composição da CPI do Paletó: Marcelo Bussiki ficou como presidente, por ser propositor, o vereador Adevair Cabral (PSDB) ficou como relator e Mário Nadaf (PV) como membro. Ambos assinaram o requerimento depois. 

 

Parlamentares chegaram a cogitar procurar a Justiça contra a "manobra", mas recuaram após consenso. A base do prefeito alegou ter aderido à investigação devido à inclusão de mais um objeto a ser investigado: o áudio gravado por Alan Zanatta, encontrado na residência de Emanuel Pinheiro, durante cumprimento de busca e apreensão na pela Polícia Federal, em setembro de 2017, na Operação Malebolge. Esse áudio supostamente comprovaria que Silvio teria mentido em sua delação, colocando em xeque o acordo firmado com a Procuradoria Geral da República. 

 

Primeira reunião 

 

Logo na primeira reunião, foram apresentados diversos requerimentos e alguns foram indeferidos e deferidos de imediato pelo presidente, Marcelo Bussiki, como da convocação do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Alguns requerimentos de Cabral foram indeferidos. Ele solicitava a presença do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (sem partido), e sindicalistas para indicar se Emanuel poderia ou não continuar no cargo. 

 

Adevair tentou demover Bussiki da ideia de comandar de forma monocrática o andamento dos trabalhos. Ele pediu para Bussiki colocar o assunto em apreciação dos membros. O presidente perdeu, mas não acatou a decisão de Adevair e Nadaf. Não satisfeito, Adevair "fincou o pé" e exigiu para o assunto ser apreciado pelo plenário da Casa. 

 

Mais uma vez, Adevair Cabral e a ampla maioria da base do prefeito, venceram a disputa. Bussiki cedeu e começou a dividir todas as decisões com os membros da CPI. Ficou definido que a CPI iria ouvir o ex-governador Silval Barbosa, o seu ex-chefe de gabinete, Silvio Cezar Correa. Além disso, o servidor da AL, responsável por instalar a câmera, Valdecir Cardoso e do ex-secretário Alan Zanatta. 

 

Oitivas 

 

O primeiro que deveria ser ouvido seria Valdecir Cardoso, mas este não compareceu à CPI. Ele alegou depois motivos de morte de um parente e viagem. O assunto gerou debates e trocas de acusações entre os vereadores, pois Adevair teria recebido um documento e, supostamente, não dado publicidade ao ofício solicitando a suspensão da oitiva. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

silval barbosa/CPI do paleto

 Ex-governador Silval Barbosa 

O primeir ouvido foi o ex-chefe de gabinete, Silvio Correa. De acordo com o depoimento, o dinheiro recebido pelo prefeito, quando era deputado estadual, era proveniente de propina. Ainda de acordo com o depoimento de Silvio Correa, o áudio encontrado pela PF, com distorções em seu conteúdo, causou embaraços para a investigação. O objetivo da distorção seria colocar em "xeque" a delação premiada. 

 

Logo depois, veio o depoimento do ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, acusado de gravar um áudio com o delator Silvio Correa e entregar ao prefeito Emanuel Pinheiro. No depoimento, eivado de contradições, Zanatta disse ter gravado o áudio para se resguardar. No entanto, ele não ficou com nenhuma cópia do arquivo. 

 

Logo após, o ex-governador Silval Barbosa, ratificou o depoimento de Correa. Para o ex-governador, o dinheiro recebido por Emanuel e outros deputados era fruto de uma negociação de "extorsão", realizada em uma reunião, momentos antes de se formar uma fila para pegar a "propina" no gabinete de Silvio. Ainda de acordo com Silval, quando a propina atrasava, Emanuel era um dos que pressionavam pelo pagamento. 

 

Já o servidor da Assembleia, Valdecir Cardoso, responsável por ter instalado a câmera, depôs no dia 7 deste mês. Segundo Valdecir, o irmão de Emanuel, Marco Polo, ligava para ele com frequência cobrando valores referentes ao pagamento de serviços de pesquisa eleitoral. Ele também registrou, em 2017, uma declaração em cartório inocentando Emanuel Pinheiro. 

 

Valdecir entrou em contradição quando foi perguntado sobre quem teria levado ele até o cartório para registrar a declaração. Em uma resposta, disse ter sido acompanhado por um filho, já em outra declaração disse que foi por um sobrinho. Os vereadores chegaram a solicitar imagens do cartório para verificar a veracidade da declaração, mas todos os novos requerimentos foram indeferidos pelos membros. 

 

Diante do depoimento de Silval Barbosa, os vereadores apresentaram requerimentos para que a CPI escutasse o ex-presidente da AL, José Riva, uma pessoa ligada a Silvio César Correa, identificada como Coxinha, além de deputados citados no recebimento do mensalinho. Os pedidos iam ser apreciados pela Comissão, no entanto, um outro requerimento apresentado pelo presidente da Câmara, Justino Malheiros, pediu o encerramento da fase de oitivas. 

 

Fim precoce

 

Alan Cosme/HiperNoticias

justino malheiros/CPI do paleto

 Presidente Justino Malheiros 

Já na última semana, o presidente da Casa, vereador Justino Malheiros (PV), apresentou um requerimento solicitando o fim da fase de oitivas para que fosse iniciada a fase do relatório final. O requerimento foi aprovado pelos vereadores Adevair Cabral e Mário Nadaf. O vereador Marcelo Bussiki protestou, chegou a ingressar na Justiça para restabelecer o poder de decidir sozinho, mas perdeu. 

 

Os vereadores se reuniram nesta sexta (16) para tentar derrubar o requerimento de Justino. Apesar de muito barulho e confusão, a oposição perdeu novamente. Ficou decidido um prazo de 15 dias, a ser contado depois de decorridos dez dias, para Adevair Cabral entregar o relatório. Novas provas poderão ser anexadas até os últimos instantes. Cético, Bussiki também elabora um relatório em paralelo. 

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