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Polícia Sábado, 19 de Maio de 2018, 08:00 - A | A

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Sábado, 19 de Maio de 2018, 08h:00 - A | A

SEM AMBULÂNCIA

Família quer justiça por morte de paciente obeso

LUIS VINICIUS

A família do empresário Ananias de Oliveira, que morreu após sofrer três paradas cardíacas na Policlínica do Planalto, em Cuiabá, procura Justiça pela morte do homem de 45 anos. Ele deu entrada na unidade de saúde com sintomas de Chikungunya e não pôde ser transferido para o Pronto-Socorro (PSMC) por falta de ambulância para pessoas obesas. Além do transporte negado, os parentes reclamam que a unidade de saúde não possuía desfibrilador para tentar reanimar o empresário.

 

Reprodução/HiperNoticias

ananias morreu na policlinica do planalto

 

De acordo com o irmão do paciente, Wilson de Oliveira, Ananias passou mal na noite de terça-feira (15), na residência onde morava no bairro Doutor Fábio. Ele disse que o empresário estava com muita dor no joelho devido a doença de Chikungunya.

 

“O meu irmão pegou trombose no ano passado. Ele estava com muita dor no joelho e nós o levamos para a Policlínica do Planalto no carro do meu outro irmão. O joelho dele estava muito infeccionado devido a Chikungunya. Ele já tinha tido um começo de trombose, mas devido a Chikungunya acabou agravando essa dor no joelho dele e atingiu outros órgãos do meu irmão. Ele foi internado por volta das 23 horas de terça-feira (15), quando deu por volta das três da manhã ele deu a primeira parada cardíaca”, explicou o irmão ao HiperNotícias.

 

Wilson explicou que na primeira tentativa a médica que cuidava de Ananias conseguiu reanima-lo apenas com massagens cardíacas. No entanto, ele sofreu outras duas, mas não resistiu.

 

“Após a parada a médica solicitou o transporte para que ele pudesse ser removido da Policlínica até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Morada do Ouro ou para o Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC). No entanto, quando a ambulância chegou na Policlínica ele teve outra parada. Aí médica da Policlínica conseguiu reverter. Mas os socorristas do Samu disseram que ele era muito pesado e que a maca não suportaria”, disse o familiar.

 

Após a recusa do Samu, Wilson disse que a médica solicitou um carro do Corpo de Bombeiros. O atendimento também foi negado pelos militares.

 

“Os militares do Corpo de Bombeiros disseram que esse não era o papel deles, fazer transferência de pacientes. Neste instante, já era cinco horas da manhã, quando o meu irmão deu a terceira parada cardíaca. Desta vez, a médica não conseguiu reanimá-lo e ele acabou morrendo dentro da policlínica”, contou o irmão à reportagem.

 

Wilson questiona a falta de aparelho para conseguir reanimar o seu irmão. No entanto, ele afirma que a médica não possui culpa nenhuma na morte do seu irmão.

 

“Eu questiono por que eles não usaram o desfibrilador. Tinha um aparelho lá, mas não sei porque não foi usado. Eu não sei se estava quebrado, mas a médica não usou. Daí o meu irmão acabou falecendo por volta das 7 horas da manhã.

 

Por fim, Wilson disse que já contratou um advogado para resolver o caso e que culpa o Samu pela morte de seu irmão.

 

“Nós já contratamos um advogado para tentar resolver isso. Se o meu irmão fosse transportado quando a médica pediu a ambulância ele não teria morrido. Se ele fosse transferido a tempo, ele não teria morrido. Eu não coloco a culpa na médica, porque o papel dela ela fez. Como que uma ambulância do Samu não suporta transportar um paciente de 150 a 160 kg? A culpa do meu irmão ter morrido é do Samu”, finalizou o irmão do empresário.

 

Outro lado

 

A Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que Ananias chegou à Policlínica do Planalto já em estado grave de saúde e foi prontamente atendido. "Devido à gravidade do estado de saúde do paciente, ele precisava ser transferido para o Pronto Socorro. A ambulância da policlínica do Planalto não tem suporte avançado, por isso não é usada para o transporte de pacientes graves. O SAMU foi acionado, mas alegou que não conseguiria ir fazer o transporte do paciente, pois no momento não tinha maca do tamanho compatível com o paciente, para que ele fosse transportado em segurança".

 

Em nota enviada ao , a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que  a responsabilidade em transportar pacientes entre unidades de saúde é do município. Afirmou também que a ambulância do município não comportava o paciente e o Samu tentou ajudar na locomoção, porém, o veículo do Samu também não tinha capacidade.

 

Leia a nota na íntegra

 

 

A Secretaria de Estado de Saúde esclarece que o SAMU não realiza o transporte de paciente de uma unidade de saúde para outra unidade de saúde. Cada unidade de saúde municipal possui ambulância própria para fazer esse transporte.

 

O serviço móvel de urgência e emergência atende e transporta pessoas em situação de risco, seja de dentro de uma residência, comércio, prédios públicos ou de vias públicas.

 

A respeito do caso do paciente Ananias de Oliveira, esclarece que de acordo com as gravações de chamadas recebidas pelo SAMU, a primeira ligação feita por um familiar do paciente foi às 12:55 do dia 15, terça-feira.  Nessa primeira ligação o familiar do paciente que conversou com o médico não deixou claro que se tratava de uma pessoa com obesidade mórbida. O médico, por telefone, tomou conhecimento de que o paciente estava com dores e inchaço na perna. Diante desse quadro de saúde o médico perguntou ao familiar se teria condições de leva-lo a uma unidade de saúde por meios próprios, sendo informado pelo familiar que sim.

 

Na segunda ligação, no mesmo dia 15, às 13:25, o médico do SAMU identificou o quadro de necessidade de urgência, pois segundo relato do familiar o paciente apresentava hipertensão e dispneia.  A equipe do SAMU se deslocou para o endereço, porém não localizou a residência do paciente. A equipe do SAMU tentou contatos com familiares pelo telefone celular, mas não conseguiu estabelecer contato novamente.

 

Na terceira ligação recebida pelo SAMU, na data desta quarta-feira, dia 16, às 6:39 da manhã, a médica da Policlínica do Planalto pediu apoio do SAMU para o transporte de um paciente para o Pronto Socorro de Cuiabá, alegando que a maca da ambulância do município não comportava o peso do paciente, por se tratar de uma pessoa com obesidade mórbida.

 

A equipe do SAMU se deslocou até à Policlínica do Planalto para tentar ajudar no transporte, ao chegar ao local, constatou que a maca do SAMU também não comportaria o peso do paciente e que se tratava da mesma pessoa que o SAMU tentou atender no dia anterior. Ficando o paciente sob a responsabilidade da Policlínica do Planalto.

 

De acordo com o SAMU a recomendação para esse tipo de situação é a de que a prefeitura acione o serviço de HELP VIDA que dispõe de condição adequada para o atendimento.

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joaoderondonopolis 19/05/2018

A família do falecido Ananias, não tem mais nada a fazer, senão, procurar a "Defensoria Pública" e mover uma "AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS" contra o prefeito, secretário e prefeitura. Ananias não volta mais, mas o resultado da ação vai amenizar a situação.

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