O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Cezar Correa, prestou depoimento nesta sexta-feira (21) para se defender das acusações de ameaças que teria feito contra o ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf. Ambos figuram entre os réus da Operação Sodoma que investiga uma organização criminosa que atuava na administração estadual durante a gestão de Silval Barbosa (PMDB).
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Silvio Cesar era chefe de gabinete quando os supostos desvios investigados ocorreram
Sílvio está preso desde 22 de março. Ele é acusado por envolvimento de crimes supostamente praticados dentro da gestão passada. Desta vez, Silvio apenas disse que nunca fez menção de ameaça contra ninguém, muito menos Nadaf. “Apesar de eu nunca ter gostado dele, eu nunca ameacei. O problema na cadeia era ele. Ele que ficava andando só de sunga e as vezes de samba canção sem cueca dentro do cárcere”, comentou o ex-assessor.
Silvio disse que Nadaf teria assediado duas agentes penitenciárias, quando estava preso no Centro de Custória da Capital. Segundo ele, o ex-secretário chegou a beijar e a outra ele mexeu.
“Eu fiquei sabendo que ele cantou uma delas (agentes) em inglês e a outra ele beijou. Ele estava na horta quando atacou as mulheres. Uma delas, que sabe falar inglês, denunciou o abuso ao ex-diretor da cadeia, Isaias Marques, e ele abriu um procedimento administrativo contra o Nadaf”, confirmou Silvio.
A pedido de Selma de Arruda, Silvio contou como era o seu relacionamento com o ex-secretário da Casa Civil. "Desde quando ele chegou no governo eu não me dou bem ele. Quando vi ele a primeira vez eu disse que meu sangue não batia com o dele. Como eu era chefe de gabinete precisava me relacionar com ele todos os dias. Mas ele é difícil. Quando Silval (Barbosa) saia em viagem pelo Estado, ele queria usar o gabinete do governador e eu não deixava. Na cadeia nunca falei com ele, muito menos lhe ameacei. Ele está mentindo sobre mim", disse.
Ainda respondendo sobre as acusações, Silvio disse à juíza Selma Arruda que não entende os motivos da acusação de Pedro Nadaf. Isso porque quando a esposa de Nadaf e seus familiares iriam visitá-lo no CCC ele sempre os cumprimentavam e conversavam. "Não sei porque ele fez isso comigo", declara.
Silvio confirmou que Geraldo Lauro, ex-chefe de gabinete de José Riva na Assembleia Legislativa preso na Operação Imperador, mantinha proximidade com Nadaf.
O acusado contou que Nadaf armava uma espécie de arapuca colocando panelas e outros itens próximos a porta para evitar que outras pessoas entrassem sem ser ouvidas. "As celas lá são divididas em quatro raios. Na entrada de cada raio tem uma porta. Nadaf, acho que para não ser pêgo de surpresa, colocava tipo uma armadilha. Um dia um agente entrou a noite lá e acordou o Geraldo Lauro com esses barulhos. O Nadaf foi xingado pelo Lauro que chegou a saltar de raiva", contou. "Até sem cueca ele andava na cela", completou.
Após uma hora de respostas e argumentações, Silvio que está aparentemente mais magro, voltou para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Operação Sodoma
Na operação Sodoma são apurados crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o MPE a organização agia cobrando propina de empresas para que estas conseguissem incentivos fiscais e vencessem licitações. O valor arrecadado de forma indevida era utilizado para pagar dívidas de campanha e o restante era dividido entre os membros da quadrilha. Cada um recebia de acordo com sua participação em cada uma das transações irregulares.
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