O juiz da comarca de Juara (709 km ao norte de Cuiabá), Fabio Alves Cardoso, determinou uma multa de R$ 100 mil para os advogados de Antônio Pereira Rodrigues Neto por terem abandonado a sessão do júri realizada na terça-feira (23). Segundo as informações, os advogados Ércio Quaresma Firpe, Claudinéia Carla Calabund, Gilberto Carlos de Moraes e Dener Felipe Felizardo e Silva deixaram o plenário, após o magistrado negar um pedido da defesa.
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Antônio é acusado de ter participado do homicídiodo ex-prefeito de Colniza (1.065 km de Cuiabá), Esvandir Antonio Mendes, em 2017. O acusado era empresário na região, do ramo de rede de combustível e táxi aéreo.
Segundo as investigações, ele arregimentou dois comparsas oriundos do Pará para o crime, motivado por cobrança de dívida. Apontado como o mandante, Antônio também teria participado da execução do prefeito.
Durante a sessão do júri, o magistrado indeferiu um pedido da defesa do acusado, que logo na sequência abandonou o plenário. Em razão disso, o juiz aplicou uma multa de cem salários mínimos, pouco mais de R$ 100 mil para cada advogado.
Também condenou os defensoras a pagar as custas do novo julgamento, bem como mandou oficiar à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para comunicar o fato e tomar providências cabíveis.
"As penalidades foram aplicadas com base na complexidade do caso e transtorno gerado a todos os envolvidos, além do desrespeito ao Poder Judiciário, aos senhores jurados e demais órgãos envolvidos, notadamente os agentes de segurança, bem como o fato de ser de conhecimento público e notório que o causídico Dr. Ércio Quaresma Firpe é useiro e vezeiro em abandonar plenários de júri de forma injustificada", divulgou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso em nota.
Por este motivo, uma nova data será marcada para a sessão do Júri. O processo permanece em segredo de justiça.
Relembre o caso
O prefeito conduzia uma Toyota SW4 preta quando foi interceptado pelos criminosos, em um veículo SUV, preto, cerca de 7 quilômetros da entrada da cidade. O veículo foi ao encontro da caminhonete, momento que foram efetuados vários disparos contra o prefeito Esvandir que ainda conseguiu dirigir, mas acabou morrendo no perímetro urbano, na BR 174, esquina com a Rua 7 de Setembro.
Os autores foram presos um dia após o crime, em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira (880 e 735 km de Cuiabá), respectivamente. Eles fugiam em um veículo Fiat Uno cinza, quando foram abordados, cerca de 20 km após Castanheira, por uma viatura do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), da Regional da Polícia Civil de Juína, que desde o crime, no começo da noite de sexta-feira (15), auxilia as investigações.
Neste ano, Welison Brito Silva e Zenilton Xavier de Almeida, responsáveis pelo assassinato, foram condenados a 28 e 25 anos de prisão. Já Yana Fois Coelho Alvarenga, apontada também como mandante do crime, foi condenada a oito meses de prisão em regime aberto e pagamento de multa de R$ 300 mil por exercer a profissão de médica, sem ter diploma e autorização legal.
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