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Justiça Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2018, 08:18 - A | A

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Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2018, 08h:18 - A | A

A ESPERA DA PRIMEIRA AUDIÊNCIA

"Estou vivendo pela misericórdia de Deus", diz mãe de Rodrigo Claro

JESSICA BACHEGA

“Estou vivendo só pela misericórdia de Deus, porque se fosse pelas minhas forças não conseguiria”. Essa declaração é de Jane Claro, mão do aluno do Corpo de Bombeiros Rodrigo Patrício Claro, morto após treinamento na Lagoa Trevisan em novembro de 2016. A mulher está em Cuiabá desde quarta-feira (24). Ela veio de Sinop para Cuiabá participar da primeira audiência referente a ação da morte do filho, no qual a tenente dos Bombeiros, Izadora Ledur, é acusada de torturar e ser a responsável pela morte do rapaz.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

familia de rodrigo claro/manifestação

 Protesto organizado pela mãe da vítima

Às vésperas do início do interrogatório, marcado para esta sexta-feira (26), a mãe foi surpreendia com a possibilidade de remarcação da audiência a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). A possibilidade de adiamento da oitiva prolonga a angustia da família que espera uma resposta da Justiça, há mais de um ano.

 

“É muito angustiante essa incerteza e essa espera. Mas nós queremos que a Justiça seja feita de acordo com o que ela fez. Quero que ela perca o cargo e permissão para sair matando por aí. Porque se fossemos esperar que o Corpo de Bombeiros a punisse, ela estaria trabalhando até hoje”, desabafa a mãe.

 

Depois que o aluno morreu, a tenente foi tirada de campo e conduzida para o setor administrativo do Corpo de Bombeiros. Posterior a isso ela apresentou atestados médicos alegando problemas de saúde e está afastada na corporação para tratamento. A tenente nunca se pronunciou sobre o ocorrido publicamente.

 

Com a morte do filho, Antonio Claro, que também é oficial da instituição, pediu afastamento para tratamento médico. Com profunda depressão pela morte do filho e a falta de apoio dos companheiros de farda, ele não tinha mais condições de desenvolver suas atividades.

 

“Todo dia é muito difícil. Meu esposo está em depressão, meus pais também. Mas, apesar da tristeza, eu tenho que continuar lutando para que a morte do meu filho não fique impune. Minha vontade é de sumir, mas eu tenho que me manter firme”, relata Jane Claro, que tem mais dois filhos. Um de 17 e outro de 9.

 

 

Ela conta que os filhos sentem muito a falta do irmão. Que a família sempre foi muito unida e que Rodrigo e os irmãos eram muito amigos. “Hoje eles não têm mais a imagem do mais velho, que sempre foi inspiração para eles. Vejo que a tristeza deles virou uma grande saudade. Eles tentam não demonstrar para não me deixar mais triste, mas eu vejo meus filhos chorando nos cantos com saudade do Rodrigo”, comenta.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

familia de rodrigo claro/manifestação

 Jane Claro

Desde a morte de Rodrigo outros casos de abusos por parte da tenente foram denunciados. Inclusive por parte de um aluno de curso anterior ao de Rodrigo Claro, que disse ter sido amarrado com corda pelo pescoço durante um treinamento aquático. 

 

“Não posso desistir. Depois que denunciamos o que ela fez com meu filho, muitas outras pessoas tiveram coragem de falar os abusos sofridos. Eles não falam porque têm medo de sofrer coação depois. Mas isso não pode continuar. Ela não por mais fazer com outras pessoas o que fez com Rodrigo”, frisa.

 

Remarcação

No dia 15 desse mês o MPE solicitou que a ação, que investiga a conduta da tenente, fosse transferida da Sétima Vara Criminal para a 11° Vara Militar de Cuiabá. O órgão argumenta que obedecendo a legislação, o crime de tortura do qual Ledur é acusada deve ser julgado pela Justiça Militar, uma vez que foi cometido por militar.

 

O pedido ainda não foi analisado pelo juiz Marcos Faleiros, da Sétima Vara.

 

O caso 

O jovem aluno começou a passar mal durante o curso de salvamento em mergulho realizado pelo 1º Batalhão dos Bombeiros na Lagoa Trevisan, que fica às margens da Rodovia Palmiro Paes de Barros, que liga Cuiabá a Santo Antônio de Leverger. A atividade era instruída pela tenente Ledur e supervisionada por outros oficiais que também figuram como réu na ação.

 

Ele foi retirado do campo do curso e levado ao Batalhão, localizado no bairro Verdão, reclamando de fortes dores na cabeça. Primeiramente foi levado à policlínica. 

 

Na unidade médica, o aluno que é filho de um sargento do Corpo de Bombeiros, não apresentou melhora e precisou ser encaminhado para o hospital particular. Desde então, estava internado em coma induzido. O quadro de Rodrigo Claro, segundo laudo apresentado 24h após sua internação, era de aneurisma cerebral. 


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