O ex-diretor da empresa EIG Mercados, Valter Jose Kobori, teria exigido que a empresa comprasse um carro de luxo blindado para sua proteção, sob alegação de que estaria sendo ameaçado após cessar os pagamentos de propina ao grupo criminoso que promovia desvios no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Alan Cosme - HiperNotícias
Kobori é um dos seis presos da Operação Bônus, deflagrada nesta quarta-feira (9). Ele assumiu a direção da empresa com a responsabilidade de negociar o contrato com o Estado e pagar as propinas a Santos Treinamentos, que repassava os valores aos membros do esquema.
O empresário Roque Anildo Reinheimer, também preso na Operação, era um dos sócios da Santos, e recebedor do valor indevido a ser distribuído. Irritado por que a EIG se recusava a continuar pagando propina para a Santos, ele teria passado a ameaçar Kobori, como conta na decisão do Tribunal de Justiça (TJMT).
Em parte do documento, o também sócio da EIG , José Ferreira Gonçalves, contou que Kobori reclamava que estava sendo ameaçado pelos representantes da Santos. “face as ameaças de Roque, Kobori exigiu a compra de um carro blindado (marca Mercedes Benz, modelo E-250), pois ele tinha medo de sua integridade física”, diz trecho do documento. A nota fiscal de compra do veículo foi anexada aos autos. Em pesquisa em sites de venda de veículos, o carro é oferecido por cerca de R$ 380 mil.
Sem sucesso na cobrança de propina, em 2017 Roque passou a extorquir os sócios da EIG em R$ 50 mil sob ameaça de usar sua influência junto a Assembleia Legislativa (ALMT) para que fosse aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da EIG Mercados com o Detran.
Os sócios da EIG forneceram ao MPE gravações de câmeras de segurança nas quais Roque aparece visitante a sede da empresa a fim de cobrar propinas, ainda em março desde ano, após a deflagração da primeira fase da Operação.
Kobori foi preso em Brasilia e deve chegar a Cuiabá na noite desta quarta.
Nota da EIG Mercados
Sobre a segunda fase da Operação Bereré, deflagrada pelo Gaeco na manhã desta quarta-feira (09), a EIG Mercados informa que ira se manifestar apenas nos autos no decorrer do processo, mas reitera que tem colaborado nas investigações para elucidar os fatos.
Assessoria de imprensa EIG Mercados
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