A juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal, ouve nesta quarta-feira (28) os réus na Operação Seven, Afonso Dalberto, ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Pedro Nadaf ex-secretário de Estado e Claudio Takayuki, ex-superintendente de Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA), todos na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Os três são acusados de integrar uma organização criminosa, investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE), liderada pelo ex-governador. O ponto central investigado na Operação Seven diz respeito à compra de um terreno, na região do Lago do Manso, pelo valor de R$ 7 milhões. Área esta que, segundo a investigação, já era patrimônio público e foi adquirida novamente como forma de desviar dinheiro dos cofres do Estado.
Um laudo apresentado pelo servidor Alexandre Batistela, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), aponta divergências discrepantes entre os dados contidos na matrícula da área adquirida pelo Estado e investigada na Operação Seven. Segundo ele, confome o georeferenciamento existente nas matrículas das áreas seria impossível delimitar o terreno comprado pelo Estado, pois é dados do documento não “fechavam” quando colocados no espaço físico.
Atualizada às 15h34
O primeiro a depor, Afonso Dalberto, havia firmado o termo de delação premiada. Ele confirmou a transação irregular para a compra do terreno. Disse ter recebido R$ 500 mil em duas parcelas. "Eu encaminhei o projeto direto para o financeiro para pagar pela área. O certo seria passar pelo jurídico primeiro, mas se fosse feito iriam detectar os problemas no projeto" relatou.
Segundo ele, a proposta de venda partiu do dono da área Filinto Correa da Costa e o projeto não oferecia nem ao menos os dados de georeferenciamento para análise se a área existia na realidade.
Dalberto, após firmar a delação, devolveu R$ 579 mil, valor já corrigido.
Atualizada às 15h59
Questionado pela defesa do acusado, Arnaldo Alves de Souza Neto, o advogado Saulo Gahyva, sobre quando soube das irregularidades no processo de compra da área, Dalberto disse: "o processo é irregular do início ao fim"
Atualizada às 16h13
Afonso Dalberto disse que o processo de compra da área passou por várias secretárias, entre elas Cidades, Meio Ambiente e Administração, além do Intermat. Todas recusaram dizendo que não era possível fazer a avaliação da área pela falta de dados. Porém, quando o procurador aposentado Chico Lima disse que Dalberto receberia os R$ 500 mil, ele passou o processo para o financeiro para a concretização da compra, sem a avaliação necessária para a aquisição. A tramitação começou no final de 2013 e terminou em 2014.
Atualizada às 16h19
Por conta do tratamento de câncer, Dalbertoa parou duas vezes o depoimento para comer e tomar remédio. Ele levou bananas para o lanche na audiência.
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