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Justiça Sexta-feira, 09 de Fevereiro de 2018, 09:30 - A | A

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Sexta-feira, 09 de Fevereiro de 2018, 09h:30 - A | A

ACOMPANHE/AUDIÊNCIA DOS GRAMPOS

Cabo Gerson alugou sala para fazer interceptações telefônicas por R$ 1,5 mil

MAX AGUIAR / JESSICA BACHEGA

Começam nesta sexta-feira (9), as audiências na Vara Militar, do Fórum de Cuiabá, que tratam sobre as interceptações telefônicas irregulares que aconteceram no âmbito da Polícia Militar em Mato Grosso desde 2014. A primeira ação do juiz Murilo Moura Mesquita, titular da  11ª Vara Criminal, foi o levantamento do sigilo da ação penal. 

 

Reprodução

GRAMPOS

 Audiência acontece na Vara Militar do Fórum de Cuiabá

Todos os réus, que são militares, foram convocados para assistirem as audiências. Eles serão julgados por um conselho compostos por coronéis da reserva da PM. O sorteio dos nomes ocorreu no dia 26 de janeiro. Foram nomeados os coronéis Elierson Metello de Siqueira Metelo de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luís Claudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Júnior.

 

Também foram definidos três coronéis suplentes para o conselho: Pedro Sidney Figueiredo de Souza, Lilian Teresa Vieira de Lima e Raimundo Francisco de Souza. Caberá agora ao Conselho Especial de Justiça promover todos os atos do processo, assim como julgar pela procedência ou não dos crimes apontados. 

 

"Era grave"

 

Exatamente às 09h15, todos os coronéis do conselho, advogados, réus e o juiz Murilo Mesquita já estavam apostos para começar a audiência. O primeiro a falar foi o ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, promotor de Justiça, Mauro Zaque de Jesus. O ex-executivo ressaltou sua denúncia sobre irregularidades ao governo.

 

A denúncia foi protocolada e depois fraudado para que sua denúncia "desaparecesse". "Quando eu vi os documentos já percebi que estava errado. Como secretário eu não podia investigar aqueles que caracterizavam a barriga de aluguel", disse ao conselho.

 

Reprodução

Mauro Zaque

Promotor Mauro Zaque é interrogado

09h30 - "Era claro que havia ali algo grave", diz o promotor que relata que como secretário nao podia investigar o fato. "É que também a situação era muito complicada,  pois envolvia o primo do governador, ex-secretário da Casa Civil,  Paulo Taques e sua suposta amante, Tatiane Sangali".

 

SOUBE POR CORRESPONDÊNCIA

 

09h40 - Ao ser questionado pela defesa do coronel Zaqueu Barbosa, atualmente preso, Mauro Zaque novamente disse que a omissão do governador foi um dos fatores que contribuíram para que pedisse afastamento da Pasta de Segurança Pública. "Se eu tivesse agido para defender o governo não estaria aqui para esclarecer esse fatos", responde a indagação do Advogado.

 

09h48 - Na continuação do depoimento, o promotor Zaque conta que soube dos grampos por meio de correspondência. "Um envelope sem identificação chegou a minha mesa com os documentos.  Não sei como foi descoberto pelo denunciantes".


09h49 - Os advogados perguntam quem enviou a denúncia, mas Zaque esquiva e não revela a fonte. "A pessoa que manda uma denúncia dessa vai fazer de tudo para proteger a fonte. Ainda mais numa situação dessa magnitude. A gente nem se preocupou em saber como isso chegou mas o conteúdo do que nos foi enviado".

 

Reprodução

coronel fórum

 

09H55 -  Zaque conta que quando revelou sobre o esquema ao juiz Jorge Alexandre, que na época trabalhava na Comarca de Cáceres e era o responsável por assinar as autorizações das escutas, o magistrado ficou "pasmo" e disse que foi enganado, que tudo tinha que ser investigado e os responsáveis penalizados.

 

09h58 - O promotor ainda ressalta que jamais desconfiou que o coronel Zaqueu, pessoa com quem trabalhou em várias operações, teria envolvimento no caso dos grampos. 

 

09h59 - Questionado pelo juiz Murilo Mesquita, se ele chegou a checar alguns números de telefones, Zaque respondeu que sim. "Eu e uma servidora ligamos para alguns números para averiguar de quem eram os alvos das escutas".

 

10H01 - O advogado Saulo Gahyva, que corresponde pela defesa do coronel Nelson Barros, perguntou ao promotor se ele achavava que os grampos tinha acontecido a mando da PM. Zaque respondeu que não. "Apesar disso ter acontecido no seio da Polícia Militar, isso não é atividade da PM.  Não foi autorizado pela polícia nem para atender interesses da Polícia Militar.  Foi para atender interesses de outras pessoas. Entre elas secretários de Estado".

10h05 - Agora o advogado Stalin Paniago,  da defesa do coronel Lesco, indaga a testemunha.

 

10h07 -  A primeira pergunta do advogado foi sobre as investigações. E Zaque disse que o possível motivo da "barriga de aluguel seria para outros interesses e não de investigação policial".

10h08 -  
"Quando recebemos a denúncia não foi preciso um trabalho intelectual mais elaborado para saber que a barriga de aluguel era algo muito maior do que atender a interesse da Pm ou da inteligência".

10h15 - Chega a vez dos coronéis do Conselho Militar interrogarem Mauro Zaque.

10h20 - Perguntam a testemunha qual o interesse dos militares em interceptar ligações. E Zaque respondeu: "com certeza, não é de interesse direto dos coronéis,  mas sim atendia a algo maior", responde o promotor. 

10h22 - Termina o depoimento do promotor Mauro Zaque. 

10h23 -  Começa o depoimento da testemunha Gisele Bergamasco, ex-servidora da Casa Militar. 

10h24 - Ela disse que soube que foi grampeada pela imprensa. E que não sabe o motivo ela era servidora da Casa Militar durante a gestão Silval Barbosa e parte do governo Pedro Taques. Trabalhou por 10 anos na entidade como auxiliar técnica  e saiu por motivos salariais.

10h26 - Segundo a testemunha, o telefone que foi grampeado é pessoal e está em nome do pai Carlinhos Bergamasco.

10h29 - A jovem conta que em um dia recebeu mensagens de um número de celular via WhatsApp com o número do Silvio César Correia,  ex assessor de Silval Barbosa.  As mensagens eram pedindo ajuda para ele tirar passaporte. Ela achou estranho e levou isso ao chefe da Casa Militar (coronel Antônio Leite Leite) que a orientou a levar a denúncia ao Gaeco. Pois na época Silvio já estava preso por conta da Operação Sodoma.

10h30 - Gisele Bergamasco ainda confirmou que teve dificuldade em conseguir emprego, pois todos sabiam que ela tinha sido grampeada.

10h31 - A testemunhas tratava de processos agrários na Casa Militar.

10H40 - Ela disse que depois que levou a denúncia dos grampos ao Gaeco, foi aberta investigação e levada para a Juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal.  E que não sabe se isso ensejou alguma penalidade ao preso Silvio César.

10h45 - O próximo a ser ouvido é o servidor da Assembleia Legislativa, contador Mário Edmundo Costa. Ele também é testemunha do caso dos grampos e afirmou que só ficou sabendo de seu envolvimento no escândalo pela imprensa. 

10h53 - Mário Edmundo disse ao Conselho Militar que outros membros da família também foram grampeados e que levou o caso até o cabo Gerson, que atualmente está preso e confessou ser o operador dos grampos. A testemunha resolveu contar a Gerson, porque o cabo era seu amigo.

10h54 - O contador disse que Gerson confidenciou a ele sobre a sexualidade do governador Pedro Taques e também quanto a vida pessoal da deputada Janaina Riva. Apesar de revelar isso, Gerson não contou sobre a origem das informações.

10h55 - No mesmo enredo, o servidor disse que Gerson também contou que os juízes de Mato Grosso são corruptos e que o ministro Gilmar Mendes tem muito gado no Estado.


11h00 - A testemunha Mário Edmundo também contou que deve dinheiro para o cabo Gerson e acha que foi interceptado para que Gerson pudesse descobrir se o amigo tinha capacidade financeira para pagar o empréstimo.



11h20 - No final a testemunha disse que tem medo porque está lidando com policiais. "Me sinto ameaçado, sim".



11h30 - A próxima testemunha a ser ouvida será Ozildo Junior. Ele trabalha na empresa Titânia, onde ficava a central das escutas telefônicas. 

 

11h35 - Segundo Ozildo, a empresa tem sala com estrutura para fornecimento de internet para a sociedade e também loca espaço para outras pessoas. Ele revelou que Gerson alugou o espaço entre os meses de abril a outubro de 2015. O rack das escutas ficava na empresa e de lá o militar operava. 

11h39 -  O depoimento de Ozildo foi rápido. Ele apenas respondeu algumas dúvidas dos militares e foi liberado. 


11h40 - Agora o ouvido será Henrique Siqueira. Ele trabalha na empresa Simples Ip, que foi o local que vendeu o rack das escutas ao cabo Gerson. Aparelho custou R$ 24 mil. 

11h41 - Além de vender, Siqueira contou que instalou o aparelho na sede da Titânia. 

11h48 - Siqueira ainda conta que recebeu ligações do Cabo Torezan pedindo informações sobre a instalação dos equipamento. Cabo Torezan chegou a ficar preso. Ele trabalhava no Gaeco e era responsável pelas escutas, junto com Gerson. 

11H50 - Testemunha André Rossete é o próximo a depor

11h53 - Ele aluga salas comerciais no centro de Cuiabá próximo ao Morro da Caixa D'Água Velha. Ele foi procurado por Gerson que queria alugar o imóvel e disse que era para um escritório de contabilidade.  O espaço foi locado por seis  meses ao valor mensal de R$ 1.500. Os pagamentos eram feitos em dinheiro.

11h59 - Segundo Rossete, o contrato foi firmado em setembro de 2014. 

12h25 - A audiência foi pausada para o almoço e voltara às 13h30. 

Mais informações em instantes - Atualize

Grampolândia Pantaneira

 

O caso foi denunciado pelo promotor Mauro Zaque à Procuradoria Geral da República, em 2015. Segundo a denúncia, vários cidadãos tiveram seus telefonemas interceptados em um esquema conhecido como “barriga de aluguel”, no qual os números foram inseridos indevidamente em processos de investigação de tráfico de drogas para obter autorização judicial para a quebra de sigilo.

 

No dia 25 de maio de 2017, o processo de sindicância para apuração dos fatos foi distribuído ao ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell. Quatro meses depois, em 27 de setembro, a sindicância foi convertida em inquérito, avocando assim a competência das investigações que estavam em curso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

 

À época, o relator do caso no TJMT, desembargador Orlando Perri, solicitou prazo de 24 horas para a conclusão das investigações, mas o pedido foi negado e, desde então, tramita no STJ.

 

Durante o levantamento no âmbito do TJMT, chegou-se à estimativa de que desde 2014, quando datam as primeiras denúncias sobre quebra de sigilo ilegal, cerca de 70 mil interceptações telefônicas tenham sido realizadas em Mato Grosso. No entanto, ainda não se sabe quem foram os alvos.

 

Dentre as dezenas de números já constatados na denúncia original, foram quebrados os sigilos telefônicos de advogados, jornalistas, servidores públicos, políticos, médicos, agente funerário, entre outros.

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Eduardo 09/02/2018

Diante do ocorrido eu não acredito em punição dos réus ali presente, uma vez que há bichos persoentos.

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