A defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) nega veemente que ele esteja cogitando firmar acordo de delação premiada junto ao Ministério Público Estadual (MPE). A informação sobre a possível delação foi publicada nesta quarta-feira (23), no site do jornal O Globo, na coluna do jornalista Lauro Jardim.
Na publicação, o jornalista ainda detalha que com o acordo Silval devolveria R$ 70 milhões aos cofres públicos. O ex-governador está preso desde setembro de 2015 acusado de liderar uma quadrilha que promovia desvios de recursos por meio de cobrança de propina, fraudes em licitações e em incentivos ficais.
“Não sabemos nada de delação”, enfatizou o advogado Francisco Faiad que compõe a banca de defesa do ex-governador, juntamente com os juristas Ulisses Rabaneda, Valber Melo e Arthur Osti. A defesa emitiu nota, nesta manhã, ressaltando que a notícia sobre a delação não procede.
Os advogados frisam também que irão recorrer em instâncias superiores para anular os processos referentes a Operação Sodoma.
Conforme informações, o advogado brasiliense, Antonio Carlos de Almeida, o Kakay, retornaria a atuar na defesa do ex-governador. Ele que esteve na banca na primeira fase da Operação quando Silval foi preso e juntamente com os demais advogados conseguiu Habeas Corpus ao ex-governador naquela fase.
A reportagem do Hipernotícias procurou Kakay, que estava em reunião em Lisboa, em Portugal e via telefone negou tal sondagem de que retornar a prestar seus serviços ao réu.
Desde a deflagração da Operação, Silval vem enfatizando que nunca integrou qualquer organização criminosa e que estava “espantado” por saber que seus secretários agiam “por suas costas”, promovendo tais desvios.
Anteriormente o colunista Lauro Jardim também publicou que o ex-secretário Pedro Nadaf também estaria negociando delação. Porém o advogado de Nadaf, Willian Khalil nega que haja tais tratativas. Embora ressalte que seu cliente não descarta a possibilidade.
Sodoma 1
A operação foi deflagrada em 17 de setembro de 2015. Os delatores do esquema, os empresários Júlio Minori, dono da Webtech, Willians Paulo Mischur, proprietário da Consignum e João Batista Rosa, dono do Tractor Parts, confirmaram ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Justiça pagamento de valores para a organização.
O dono da Tractor Parts informou o pagamento de R$ 2,5 milhões para o esquema e Mischur revelou que repassou R$ 17,5 milhões para o grupo entre os anos de 2011 e 2014.
Conforme o MPE, o dinheiro recolhido com a cobrança de propina era utilizado para a aquisição de bens para os membros do grupo.
Nesta fase foram presos ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários da Casa Civil, Pedro Nadaf, e da Fazenda, Marcel de Cursi.
Os recursos ilícitos também foram direcionados para o pagamento de despesas da campanha do ex-governador e de aliados.
Sodoma 2
A segunda fase da operação foi desencadeada em 11 de março. A compra do terreno na Avenida Beira Rio é alvo desta fase da investigação.
Pelo menos R$ 13 milhões foram destinados para a compra do terreno que foi efetuado por meio de negociação entre o ex-secretário de Administração, Cezar Zílio, o arquiteto José da Costa Marques e o empresário Willians Mischur. Até mesmo o nome do pai já falecido, Zilio colocou no contrato de compra do terreno para dar credibilidade ao mesmo.
A área adquirida pertencia ao empresário André Maggi, filho do senador Blairo Maggi.
Sodoma 3
Foram duas ações deflagradas nesta etapa. A primeira ocorreu no dia 22 de março e teve como alvo novamente o ex-governador do Estado, e também o ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos, o ex-chefe de gabinete do governador Silval Barbosa, Silvio Cezar Correa de Araújo. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em desfavor de Pedro Elias.
Já na segunda ação, desencadeada no dia 25 de abril, foi cumprido mandado de prisão contra o médico Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador. Os atos de corrupção e desvios cometidos pela organização são alvos da investigação.
Sodoma 4
Desta vez, o alvo foi a compra irregular de um imóvel no Jardim Liberdade, em Cuiabá, no qual o Estado pagou R$ 31.715 milhões pela desapropriação. No entanto, R$ 15,8 milhões foram revertidos em benefício do grupo.
Na investigação, além dos secretários do governo e o próprio governador, foram denunciados os empresários Valdir Piran acusado de receber R$ 10 milhões dos valores desviados.
Sodoma 5
Na denúncia MPE, é apontado que o grupo criminoso promovia desvios por meio da cobrança de propina junto ao Posto Marmeleiro, e também fraudes em licitações.
Além do enriquecimento dos membros do grupo, o dinheiro tinha o objetivo de sanar despesas de campanha de Silval e aliados. Consta que o médico Lúdio Cabral e o advogado Francisco Faiad, que concorram nas eleições municipais de 2012, aos cargos de prefeito e vice, também receberam valores desviados.
Confira nota na íntegra:
A respeito da informação veiculada hoje no site O GLOBO e reproduzida nos demais veículos de comunicação em Mato Grosso, sobre suposto acordo de colaboração premiada de Silval Barbosa, a defesa vem reafirmar que a noticia não procede.
Silval Barbosa vem se defendendo de todas as imputações formuladas desde o início da operação SODOMA, tendo orientado sua defesa técnica a continuar recorrendo às instâncias superiores na tentativa de demonstrar tanto a desnecessidade da custódia, seu prolongamento excessivo, quanto a nulidade dos atos processuais praticados no bojo da citada operação.
Neste sentido, a defesa já estuda as próximas ações a serem implementadas, inclusive no Supremo Tribunal Federal.
Atualizada às 10h28
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amaral 23/03/2017
- Quando os advogados perceberem ele já fechou a delação, igualzinho o Riva. Só falta fechar o valor a ser restituído. Ele quer devolver 150 e o MP quer meio bi.
1 comentários