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Justiça Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 14:07 - A | A

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Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 14h:07 - A | A

SODOMA 4

Advogado nega participação em desvio de R$ 15 milhões em desapropriação

CAMILLA ZENI/JESSICA BACHEGA

O advogado Levy Machado presta depoimento à Justiça na tarde desta terça-feira (25) sobre desvio de dinheiro da desapropriação da área localizada próxima ao bairro Osmar Cabral, conhecida como Jardim Liberdade. Ele é ouvido pela juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal e acompanhado pela promotora Ana Bardusco.

 

Alan Cosme/HiperNotícias

selma arruda

Juíza ouve o advogado Levy Machado, réu na Sodoma 4

Conforme as investigações da Operação Sodoma 4, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), a organização criminosa na qual o réu faz parte, e que era chefiada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), teria desviado mais de R$15 milhões de uma transação de R$31 mi do governo estadual, e Levy Machado teria ficado com parte do valor.

 

Na última quinta-feira (20), quando o delator e sócio da empresa Santorini Empreendimentos, Antônio Carvalho, foi interrogado sobre o assunto, ele confirmou a participação do réu no esquema.

 

Acompanhe a audiência com o HiperNotícias:

 

14:00 - A audiência começa e a juíza pede que Francisco Lima (outro réu) deixe a sala.

 

14:02 - A juíza passa a indagar o advogado Levy Machado sobre seu envolvimento nos desvios investigados na Operação Sodoma 4. Ele afirma que a denúncia contra ele é falsa.

 

14:04 - Ele narra que, em 2004, foi constituído pela empresa Santorine de propriedade do delator Antonio Carvalho. E, em 2005, o delator apresentou uma lei em que o Estado manifestava interesse em desapropriar a área de 97 hectares que pertencia a Carvalho.   

 

14:05 - Ele conta que o processo foi iniciado, mas, no entanto, o Estado já tinha loteado o imóvel ainda em 1996. As famílias invasoras receberam lotes de meio hectare cada um, e o empresário perdeu a área, tendo que buscar a Justiça para receber o valor pela desapropriação.

 

14:07 - Machado conta que passou a trabalhar para Antônio Carvalho para que ele fosse indenizado pela desocupação. "Ele era muito otimista e achava que estava tudo resolvido", ressalta o réu. Segundo ele, em 2012 Antônio Carvalho conseguiu andamento para o pagamento do imóvel. Porém o Estado queria uma nova avaliação, que foi mais baixa do que a apresentada pelo técnico contratado pelo delator.

 

14:10 - Nesse ínterim, Machado foi contratado o ex-procurador Francisco Lima (Chico Lima), que disse ele e a Antônio que eles tinham que aceitar a proposta do governo ou procurar a Justiça. "Se você não aceitar a avaliação, o processo para, e se não houver acordo você tem que buscar a Justiça", disse o réu sobre sua conversa com Antônio, que na época morava no Canadá.

 

14:12 - O réu conta que o empresário, então, decidiu concordar com o valor de avaliação, que seria paga em 12 vezes. Antônio estava em uma situação difícil, doente e falído, além de estar esperando há 18 anos a tramitação da desapropriação, diz. O advogado conta que, assim que foi informado sobre a decisão de Antônio, fez uma pesquisa nos processos que o cliente respondia e encontrou diversas pendências com bloqueios entre R$ 15 milhões e R$ 40 milhões. "Eu liguei para e falei que a situação era caótica, era muito complicada", contou.

 

Alan Cosme/HiperNotícias

levy machado

 Machado nega participação em esquema de desvio de dinheiro

14:16 - As pendências do cliente eram junto à instituições financeiras, a receita Federal, a Justiça Federal entre outros, explica o advogado. "Ele me disse que já estava resolvendo e que, com R$1,4 milhões, resolvia tudo. Então, decidimos colocar o crédito e nome de outra pessoa para que ele ganhasse tempo para sanar as pendências", explicou.

 

14:20 - Machado observa que, então, ofereceu sua empresa para receber o dinheiro do Estado referente a desapropriação. Ele apenas esclareceu ao ex-procurador que Antônio não poderia receber o dinheiro em suas contas, mas a manobra não foi aceita pelo então presidente do Intermat, Afonso Dalberto.

 

14:24 - Antônio procurou Machado dizendo que estava muito doente e que quase tinha morrido e que queria resolver logo a situação. Disse que teria que ceder metade do valor para o Estado para poder receber logo a indenização. "Ele queria que eu diminuísse pela metade também meus honorários. Me disse que devia muita gente e que se eu cobrasse o valor total ele ficaria sem nada. Fazendo dessa forma estaria tudo resolvido", explicou o advogado.

 

14:28 - O advogado conta que foi convocado a ir até o ex-procurador Chico Lima, mas quem estava lá era Filinto Muller, que apresentou diversos contratos ao advogado para que ele escolhesse qual seria utilizado para o caso de Antônio Carvalho. O contrato era uma cessão onerosa em nome da SF Assessoria. Dessa forma, o dinheiro repassado pelo Estado seria pago à empresa dele, que passaria a parte de Antônio para a empresa Santorini. Já a parte do Estado, Machado pagaria para a SF, que repassaria ao grupo. 

 

14:30 - "Eu só acreditei que haveria pagamento quando o dinheiro entrou na minha conta. Aí repassei para Filinto os 50% como combinado", afirma. a primeira parcela do pagamento, que foi feito em duas vezes, foi em abril de 2014.

 

14:38 - Filinto procurou Machado dizendo que precisava desativar a SF porque o empresário do grupo Milas de Comunicação, Antonio Milas, o estava extorquindo para não publicar sobre uma parceria que Filinto tinha com uma filial da Microsoft. Ele disse ao advogado que se isso fosse publicado traria uma conotação negativa para sua empresa. "Ele (Filinto) tinha um plano ambicioso de ser o homem mais rico de Mato Grosso com menos de 40 anos e não poderia perder as parcerias", conta Machado. 

 

14:40 - O jurista disse que mandou Filinto denunciar Milas, mas Filinto lhe disse que o advogado Ricardo Almeida, que era amigo da promotora de Justiça Ana Bardusco, havia lhe garantido que os Milas seriam presos em breve e, portanto, não tinha o que fazer.

 

14:44 - Pouco tempo depois, Filinto procurou Machado de novo com novo contrato da negociata da desapropriação para que o dono da área, Antôlnio Carvalho, assinasse, senão não receberia as outras parcelas. O contrato anterior foi destruído, na ocasião.  "Ele chegou ao meu escritório em frenesi, chorou e disse que aquele era o único documento que poderia exisitir", lembra.

 

14:48 - Machado contou que o verdadeiro motivo pelo qual Filinto teria que se desfazer da SF era um amigo. "Ele disse que usou um amigo de infância, que era pedreiro, como laranja para abertura da empresa e não queria problemas para o amigo", ressalta.  Filinto disse que tinha desfeito a sociedade com um primo e que havia bloqueio de valores em seu nome, e que se houvesse movimentação em suas contas o Banco pegaria. Disse ao advogado, ainda, que, quando precisava sacar dinheiro ou fazer transações, ele falsificava a assinatura do amigo que era dono da SF. "Não haveria problema porque a gerente do banco era prima de Filinto", afirma.

 

14:50 - O réu conta que, depois que desfez a SF, Filinto passou a atuar no ramo de cartões de crédito, no qual oferecia máquinas de cartões que não geravam nota fiscal e os donos de estabelecimentos ficavam isentos de pagar impostos. "Era um negócio da China para ele", explica o advogado.

 

Alan Cosme/HiperNotícias

levy machado

 

14:55 - A juíza pergunta qual o valor dos honorários que Machado recebeu e ele afirma que foi de 25% sobre os R$ 15 milhões recebidos do Estado pela desapropriação. O advogado relata que em momento algum Antônio Carvalho citou que eram membros do Estado que receberiam a metade do valor da desapropriação. "Eu achei que estava negociando com Filinto. Ele nunca citou outro nome nem do Chico Lima que que era amigo dele. Soube de tudo depois da Operação", conta.    

15:05 - "Filinto me falou uma vez sobre Valdir Piran, mas me falou dele como um exemplo de homem bem sucedido", observa. Após a Operação Liberdade de Extorsão, na qual os Milas foram presos, Filinto mostrou ao advogado uma lista com vários nomes de servidores do governo e disse que, depois que o novo governador assumisse, muita gente seria presa. "Lá tinha o nome do Silval, Afonso Dalberto, e várias outras pessoas. Ele ainda perguntou se eu queria anotar. Não sei se ele sabia de alguma coisa ou só teve intuição que seria dessa forma, e realmente foi", conta.  

 

15:06 - Segundo o réu, Filinto recebeu 3% do valor da desapropriação por ter intermediado os pagamentos.

 

15:08 - A promotora Ana Bardusco passa a questionar o advogado sobre os repasses dos valores pagos pelo governo. Ele responde que Filinto avisava o dia dos repasses e marcava o dia que queria receber sua parte que voltava para os membros da organização criminosa.

 

15:20 - O advogado segue esclarecendo à promotora sobre a tramitação do processo de pagamento de indenização pela desapropriação.

 

15:37 - As defesa passam a indagar o réu.

 

15:40 - A magistrada informa que não se sente bem e encerra a audiência.

 

15:39 - A defesa de Marcel de Cursi pede ao advogado esclarecimentos sobre a reunião que ele teve com a família de Antônio Carvalho.

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