Advogada já foi processada e condenada em MT; OAB manda abrir terceiro processo

Elvira Kelli, mesmo sendo inscrita na OAB de outro Estado, pode ser investigada e processada pela seccional de Mato Grosso, "É no território onde comete a infração".

PAULO COELHO

O Tribunal de Ética da OAB de Mato Grosso vai instaurar processo disciplinar para investigar a advogada Elvira Kelli Almeida Cruz, por suposta relação na entrega de aparelhos celulares a um preso, durante uma audiência de custódia, na segunda-feira (15), em Cuiabá. Como ainda não há documentação emitida por autoridades policiais, por exemplo, a OAB já tem como base matérias jornalísticas.

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Além disso, conforme adiantou o presidente da Ordem, Leonardo Campos, à reportagem do HiperNotícias, pesquisa feita pela instituição descobriu que Elvira Kelli não tem inscrição na OAB-MT e sim em Rondônia.

“Mas ela já foi processada aqui em Mato Grosso por duas vezes, esse será o terceiro processo, sendo que, inclusive, já houve uma condenação que ela já cumpriu a pena”, disse, explicando ainda que a competência para investigar e processar é da “base territorial onde foi cometida a inflação. Ele alegou não poder dar maiores detalhes sobre o assunto, devido ao sigilo concernente dos processos.

Entretanto, um desses processos, conforme apurou à reportagem, diz respeito a uma prisão em flagrante datado de 2014, quando ela tentou entrar na Penitenciária Central de Cuiabá (PCE), com 286 chips para aparelhos celulares.

O processo ético e disciplinar, de acordo com presidente da OAB, deve levar até três anos. “Geralmente concluímos em em um ano e meio”, emendou, justificando que a demora se deve ao zelo que a entidade tem com a acareação dos fatos, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

“Senão seria casa de ferreiro, com espeto de pau”, apontou, se referindo à entidade que representa os advogados.

O HiperNotícias não conseguiu contato com a advogada Evira Kelli, para falar sobre o assunto.

Se for comprovada a participação dela, direta ou indiretamente, na entrega dos aparelhos celulares ao detento João Henrique Bezerra, na última segunda-feira, na audiência de custódia, a advogada poderá ser punida com sanções que vão desde advertência a até cassação de seu registro profissional.