Ex-secretário inocenta PM e culpa delegados

A Vara de Justiça Militar, do Fórum de Cuiabá, recebeu na manhã desta sexta-feira (9), o depoimento de dois delegados da Polícia Civil, que foram arrolados como testemunhas de defesa do cabo Gerson Correa, atualmente preso por participação no esquema de interceptações telefônicas ilegais.

Alan Cosme

Delegada Alessandra Saturnino foi a primeira a depor

Entre os depoentes está o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Ele inocentou a PM e o governador Pedro Taques. Porém, disse que a culpa da ilegalidade nas interceptações telefônicas seriam dos delegados Flávio Stringuetta, Alessandra Saturnino e Alana Cardoso. 

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A delegada Alessandra Saturnino, que serve o Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, foi a primeira a falar, na audiência presidida pelo magistrado Murilo Mesquita. 

Segundo a delegada, ela tomou conhecimento dos fatos criminosos pelo promotor de Justiça Mauro Zaque. Foi ele o responsável por alardear as interceptações. Segundo ela, todo o sistema em Mato Grosso está sob responsabilidade da Polícia Civil. A delegada afirma que houve o requerimento para que Tatiane Sangali fosse grampeada. Havia investigações de um suposto plano contra a pessoa de Paulo Taques, ex-secretário de Casa Civil. Ela salienta que tudo foi realizado dentro da legalidade.

Após o depoimento de Saturnino, o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas foi chamado para depor. Ele ressalta que única maneira de fazer interceptações formais e com aparelhos credenciados e com autorização judicial. Ele isentou o governador Pedro Taques de qualquer participação no caso. 

Ex-secretário Rogers Jarbas, diz que a culpa dos grampos é de delegados

"Nunca trataram comigo nada de escutas. A única coisa que o governador tratava comigo era sobre segurança", afirma o ex-secretário. O delegado contou que o governador falou para ele que ficou muito triste com a prisão dos militares e que todos deveriam ser tratados com dignidade.  "Nunca tratei nada com o governador que não fosse registrado em documento ", completa.

Questionado sobre a operação Fortes, Rogers fala que recebeu documentos da operação e mandou que fosse mandado tudo para a Polícia Civil, para proceder a investigação. Ele afirma que recebeu documentos da juíza Selma Arruda tratando das investigações conduzidas pelos delegados Alana Cardoso e Flávio Stringueta.

Rogers fala que o delegado Flávio Stringuetta mentiu sobre denúncia anônima que deu origem operação Fortes. "Alana deu todos os telefones para ele jamais recebeu ligação anônima.  Ele foi autor da ilegalidade e a mando de Orlando Perri passou a me investigar. A Operação Querubim foi uma farsa. Não tinha nada contra o governador. O que ele queria era investigar pessoas do Governo".

 

Rogers fala que o analista de áudio Rafael Meneguine foi o autor de escutas nas operações fortes e querubim a mando de Alana e Alessandra. "Quem mandava lá eram os delegados. Eu não conheço o cabo Gerson, soube dele só pela imprensa", disse o delegado afastado.

"Não estou me defendendo de nada e acredito que a verdade vai aparecer" responde a testemunha ao promotor que questiona porque a delegada Alana foi ouvida por ele. Rogers ainda disse que se indispos com Stringuetta quando ele passou a realizar publicações em rede social dizendo que ele o teria "tirado" da chefia do GCCO. 

"A Polícia Militar, ou qualquer instituição, não tem nada a  ver com isso", diz Rogers jarbas afirma que a Polícia Militar e o governador Pedro Taques não sabiam das interceptações. Os delegados citados seriam os verdadeiros interessados.

Rogers afirma que o governador não pediu a ele nehuma investigação e o único ofício encaminhado ao Mpe  foi requerendo  a suspensão do uso do guardiao pela PM. Até a conclusão da investigação dos grampos. Afirma que nunca ouviu falar no sistema sentinela. "Nunca ouvi falar. Soube pela imprensa. Se é que ele existe".

Por fim, Rogers Jarbas afirma que nem o governador nem Paulo Taques falaram com ele sobre grampos. "Ele não gostava de falar no assunto e eu também  não perguntei porque nos me diz respeito. Não foi na minha gestão. Eu nem sonhava com uma coisa dessas até que apareceu no fantástico", finalizou. 

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