A defesa do cabo da Polícia Militar Gerson Correa irá insistir no depoimento do governador Pedro Taques (PSDB) na ação que investiga as escutas ilegais no Estado. O chefe do Executivo Estadual pediu dispensa da oitiva essa semana, mas o requerimento ainda não foi julgado pelo juiz da Décima Primeira Vara Criminal, Murilo Mesquita.
O gestor foi convocado como testemunha de defesa do militar, porém alegou que não poderia depor no processo conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, por conta de uma investigação que tramita do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e aborda os mesmos fatos. O argumento também foi usado pelo primo do governador e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Ele foi convocado pela defesa de Gerson e pediu dispensa, tendo o pedido acolhido pelo magistrado.
“Não vamos aceitar e iremos reiterar o pedido. Acho que isso é uma estratégia da defesa, eles não querem vir a público aqui, mas irão falar no STJ onde o processo corre em segredo de justiça”, aponta o advogado Thiago Abreu, que atua em defesa do militar.
O jurista defende que todos os acusados recebam o mesmo tratamento. “Se verificando que eventuais escutas e barrigas de aluguel tenham sido praticados por outras pessoas que venham e juízo e respondam pelos atos praticados” frisa. “Se não querem esclarecer, cabe a defesa forçar esse depoimento para que venham a juízo esclarecer os fatos sob juramento de falar a verdade”, completa o advogado.
A defesa também aguarda julgamento de pedido de suspensão de juízes que atuam na ação, sob de que estão sendo tendenciosos em sua conduta. “É inadmissível que o juiz chega logo na primeira audiência, sem prova nenhuma, e diga que o acusado A é o mais culpado, sobre ele incide a maior culpabilidade então ele deve ser condenado. Se existe essa faculdade, nem precisa de defesa, o acusado já está culpado”, explica.
Gerson está cumprindo regime semiaberto, sob monitoramento, desde a quarta-feira (14). Segundo Abreu. Afastado da polícia, o militar que também é formado em Direito, auxilia os defensores na elaboração da defesa e trabalhar em atividades autônomas . Nos 10 meses em que esteve preso, o acusado emagreceu cerca de 20 quilos.
De acordo com os demais acusados de envolvimento na Grampolância, Gerson era responsável pela parte operacional das escutas ilegais investigadas.
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