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Terça-feira, 13 de Março de 2018, 10h:39

Taques defende primo que representa empresa investigada

FELIPE LEONEL

O governador Pedro Taques (PSDB) saiu em defesa do seu primo e ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, sobre a defesa da empresa EIG Mercados, em alguns processos trabalhistas. A empresa é acusada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de ser uma das líderes no esquema de desvio de recursos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT). 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

pedro taques

 

"Eu não vou carregar carga que não é minha. Eu combati esse esquema no Detran desde que era senador da República, todo mundo sabe", disse Taques, em entrevista coletiva, no evento Gazeta Agro, realizado no Cenarium Rural, na manhã desta segunda-feira (12), em Cuiabá.

 

O escritório do primo de  Pedro Taques, Paulo Taques, faz a defesa da empresa EIG Mercados/FDL Fidúcia, responsável por fazer o registro dos contratos de financiamento dos veículos. A empresa repassava 10% do faturamento para o Estado e o restante era dividido, a titulo de propina, entre empresários e políticos de Mato Grosso.

 

Segundo uma reportagem do site GazetaDigital, o escritório de Paulo Taques começou a representar a EIG Mercados em um processo logo após o governador tomar posse, em janeiro de 2015. Além disso, em depoimentos acessados pela reportagem, apontam Paulo Taques como interlocutor quando se tratava da empresa investigada. 

 

"Se advogar é crime, se estiver errado, tem de ser investigado. Chefe da Casa Civil não pode advogar, mas não significa que o escritório não possa advogar", defendeu Pedro Taques.

 

A Operação Bereré 

 

A Operação Bereré teve como início na delação do ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, mais conhecido como Dóia.  O desdobramento da delação foi deflagrado em uma segunda-feira deste ano (19.02), na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (PSB), Mauro Savi (PSB) e empresários. 

 

Foram cumpridos mandados em Sorriso, Brasília, além das residências dos deputados Eduardo Botelho e Mauro Savi, em Cuiabá. Ademais, os gabinetes de Botelho e de Savi, assim como a sala da presidência da Casa de Leis foi alvo da Operação Bereré. A Operação é comandada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), através do Gaeco. Mais de 200 policiais civis participaram da ação.