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Quarta-feira, 07 de Fevereiro de 2018, 08h:23

Governador Pedro Taques prevê colapso na previdência estadual em três anos

DA EDITORIA

Classificada como "farsa", a previdência estadual - MT Prev está prestes a entrar em colapso no prazo de três anos. O governador Pedro Taques (PSDB) traçou cenário negativo sobre o tema, durante a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa. "Daqui há 11 meses posso não estar mais no governo do Estado, não sou servidor público do Estado de carreira, mas daqui há três anos se não tomarmos providências agora, 30 mil servidores aposentados não terão recursos para bancar a sua previdência".

 

Alan Cosme/HiperNoticias

pedro taques

 

Em 2014 foram retirados R$ 450 milhões da Fonte 100 para bancar a previdência. Em 2017, a retirada foi de R$ 958 milhões e em três anos a previsão é retirar R$ 2 bilhões. "Nós vivemos uma farsa na previdência desse estado. Os 30 mil aposentados desse Estado merecem que se diga a verdade. Estamos tentando  junto com o presidente do Conselho Diretor do MT Prev e com os servidores resolver isso".

 

Hoje a alíquota da previdência dos servidores é de 11% e deve aumentar para 14%. Conforme Taques, não será mais suficiente para cobrir os gastos com as aposentadorias. "Já propus isso, fui derrotado, mas vamos propor novamente no momento correto".

 

Os gastos com funcionalismo público tem estrangulado o governo e evitado investimentos. De cada R$ 100 arrecadados, apenas R$ 1,38 é utilizado para investimentos.

 

"Foram concedidos aumentos para os servidores públicos. Me questionaram porque no meu primeiro ano de gestão não ajuizei ações questionando as leis de carreira que foram aprovadas sem impacto fiscal, sem impacto financeiro. Quero dizer a estes que o Supremo Tribunal Federal tem posições consolidadas de que aumentos salariais incorporados ao patrimônio jurídico não podem ser retirados".

 

Economia e repasses aos poderes

 

Taques diz que tem feito o dever de casa para pagar o funcionalismo, custear a máquina, pagar a dívida com a União e com bancos, além dos repasses aos poderes. "Estamos economizando e muito, mas não podemos cortar combustível da viatura, não podemos deixar hospital sem pagamento. Já cortamos o que podia cortar! Repactuamos contratos de R$ 1,1 bilhão. Deixamos de gastar e precisamos avançar mais e investir. De cada 100 reais, apenas 1,38 vai para investimentos. É muito pouco para reformar o museu de Santo Antônio de Leverger e pavimentar a MT- 240 ligando Tangará da Serra a Santo Afonso, por exemplo".

 

Nos últimos anos, os repasses aos poderes tem aumentado muito no Estado de Mato Grosso. De 2011 até hoje, os repasses aos poderes aumentaram 106%, retirada a legislação de 44%, houve aumento real de 67%. "Não sei a culpa de quem, não vim buscar culpados, vim buscar soluções, vim aqui pensando nisso. Precisamos debater esse tema", ponderou o tucano.