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Domingo, 14 de Janeiro de 2018, 09h:10

"O código de trânsito não é feito pela polícia, nós apenas cumprimos”, diz delegado

LUIS VINICIUS

Sobre a polêmica que se instalou em Cuiabá, após episódio em que uma travesti alcoolizada atropelou e matou um idoso ao invadir a Policlínica do Planalto com o veículo que conduzia e mesmo assim prestou depoimento à polícia e foi liberada, o delegado titular da Delegacoia de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, ponderou que "o código de trânsito não é feito pela polícia, nós apenas o cumprimos”. Benedito Castravechi, de 66 anos, foi atropelado por um Kia Soul, na Policlínica do bairro Planalto, em Cuiabá, na quinta-feira (11), enquanto aguardava para agendar exames na unidade de saúde.

 

PJC-MT

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A motorista do veículo foi identificada como Geovanna, que após o atropelamento, ficou no local com a sua irmã. Outros três passageiros fugiram. Logo após o acidente, a travesti negou que estava dirigindo o veículo e imputou a culpa a um dos foragidos. Desta forma, Cabral ficou impedido de executar a prisão em flagrante da mesma. Porém, quando a equipe de policiais da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) conseguiu identificar que ela seria a motorista no momento do acidente, o período de flagrante já havia expirado. Diante disso, a suspeito responderá em liberdade.

 

“O código de trânsito não é feito pela polícia, nós apenas cumprimos. Apesar de aparentemente estar alcoolizada, a Geovanna vai responder em liberdade por ter passado o tempo do flagrante. Essa é a lei e nós apenas cumprimos. Após o acidente, ela desceu do veículo e disse que seria a condutora, mas algumas pessoas que estavam na policlínica disseram que não, que quem estava dirigindo havia foragido. Para se livrar da culpa, disse para a polícia que ela não seria a culpada. Entretanto, quando fizemos a detenção, a Geovanna já não estava mais na condição de flagrante. Ela foi interrogada e em seguida liberada", explicou o delegado.

 

A travesti estava junto com o dono do carro, sua irmã e outros amigos na Tabacaria Havana, no bairro Sol Nascente, em Cuiabá. O veículo Kia Soul pertence ao cunhado de Geovanna, que foi identificado como Anderson da Silva Amorim, que é ex-presidiário.

 

O delegado explicou que por estar alcoolizado, Anderson deixou que Geovanna dirigisse o veículo. Em frente à policlínica, ela foi tentar desviar de um buraco na pista, fez manobra rápida para esquerda e entrou na contramão.

 

"Ela disse no depoimento que como vinham carros no sentido contrário, rapidamente fez nova manobra para voltar para sua faixa de direção, e nesse momento perdeu o controle do veículo e o carro saiu desgovernado entrando no pátio da Policlínica, atropelando e matando o idoso", explicou.

 

No dia do fato, Geovanna chegou a ser encaminhada à Central de Flagrantes para prestar depoimento ao delegado de plantão. Em seguida foi ela foi liberada. Já as outras pessoas que estavam no carro ainda não foram localizadas pela polícia. O dono do carro também será autuado.

 

"Ainda falta concluir a perícia, que vai comprovar a velocidade do veículo, e o exame de alcoolemia - que irá comprovar a embriaguez ou não. E vale ressaltar que vou indiciar a motorista por homicídio culposo, pois ela não teve a intenção de matar e ainda permaneceu no local do acidente. Os outros envolvidos serão ouvidos e identificados. Apenas o Anderson será indiciado também, pois ele deixou alguém sem CNH dirigir seu carro e ainda sob efeito de álcool", concluiu Cabral.