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Sexta-feira, 05 de Janeiro de 2018, 09h:15

Médica envolvida em morte de prefeito pode fugir usando avião, diz juiz ao negar liberdade

JESSICA BACHEGA

O juiz Ricardo Nicolino de Castro, que atua no plantão judicial em Colniza (distante 1114km de Cuiabá), ressalta em sua decisão que negou liberdade à médica Yana Fois Coelho de Alvarenga, porque a acusada pode inibir testemunhas e atrapalhar a coleta de provas quanto a investigação da morte do prefeito da cidade, Esvandir Antônio Mendes, em dezembro de 2017. O magistrado frisa ainda a possibilidade de fuga, visto que a investigada é dona de um avião.

 

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 Prefeito foi morto com vários tiros dentro de sua caminhonete

O chefe do Executivo municipal foi morto a tiros, em sua caminhonete, no dia 15 de dezembro e Yana é considerada uma das mandantes do crime.

 

Na decisão, que acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os acusados: Antônio Pereira Rodrigues Neto e a esposa, Yana Fois Coelho Alvarenga, citados como mandantes do crime e  Zenilton Xavier de Almeida e Welison Brito Silva como executores do homicídio, o magistrado avalia também o pedido de liberdade da médica. A defesa alega que a manutenção da reclusão é desnecessária e que a própria determinação da prisão foi descabida. “Ora, se fosse descabida, com certeza não teria sido decretada”, enfatiza o magistrado.

 

No mesmo documento o juiz acolhe o parecer do MPE para que converta a prisão provisória da médica em preventiva. Ricardo Nicolino afirma que a investigada teve papel importante na execução do crime, pois apresentou o esposo aos demais acusados e ajudou na fuga os mesmos.

 

O magistrado enfatiza, ainda, que a acusada tem grande poder econômico e influência na região, o que pode ser usado para coagir testemunhas e atrapalhar as investigações. “[...] é de pressupor que a evasão da ação da Justiça, sendo salutar destacar que a representada tem as sua disposição uma aeronave que foi por ela mesma declarada. O que pode facilitar o risco de fuga”, ressalta o juiz. 

 

Em seu depoimento a polícia, Yana declarou que usou o avião para transportar os  advogados que atuam em sua defesa após a acusação do crime. Os advogados da médica ainda alegaram os bons predicados da cliente para tentar sua soltura, mas o juiz avaliou como insuficientes tais elementos.

 

A médica está presa no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. 

 

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