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Quinta-feira, 01 de Junho de 2017, 16h:13

Taques garante na Sejudh permanência de coronel citado em esquema de grampos

PABLO RODRIGO

Mesmo sendo citado no depoimento da 3ª sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso sobre as interceptações telefônicas clandestinas, o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) Benedito Siqueira Júnior deverá continuar no comando da Pasta. Pelo menos é o que afirmou o governador Pedro Taques (PSDB) durante coletiva à imprensa  nesta quinta-feira (1).

 

Edson Rodrigues

pedro taques

 

"Eu não vi o depoimento da sargento Andrea, mas nós precisamos entender que não podemos julgar as pessoas antes do devido processo legal. Eu não faço isso com base em delações, não faço isso com base em depoimentos que são tomados não sei em que sentido. Nós vamos analisar”, disse Taques reconhecendo a gravidade dos fatos. 

 

"O Fato é grave? É gravissímo e tem que ser investigado como está sendo investigado. Aliás, como eu fiz. Recebi e entreguei ao Gaeco imediatamente", complementa o chefe do Palácio Paiaguás.

 

Depoimento

 

A sargento afirmou à Corregedoria que seu envolvimento no esquema de grampos ilegais se deu de maneira repentina. Segundo ela, em meados de 2014, foi instruída por seu comandante, coronel Siqueira Junior, que coordenava as ações do Centro Integrado de operações Aéreas (Ciopaer), a procurar o coronel Zaqueu Barbosa no Comando Geral.

 

Lá, o coronel Zaqueu a informou que seria transferida para o setor de inteligência da PM, e que havia um trabalho com interceptações telefônicas para ela cuidar. O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, teria ficado como responsável para instruí-la no novo serviço, que se tratava de “ouvir todos os áudios e anotar as partes importantes com as respectivas datas e horários daqueles áudios”, conforme declarou no depoimento.

 

A sargento teria permanecido em espera por alguns dias, até que foi chamada ao Comando Geral novamente, e, dentro da sala do coronel Zaqueu, se encontrou com o cabo, que lhe deu novas explicações. Segundo ele, as escutas seriam de conversas telefônicas de policiais militares que estariam sendo investigados por suposta participação em crimes.

 

Até que o trabalho com as interceptações telefônicas começasse, passaram-se mais alguns dias. A sargento relatou em seu depoimento que, na ocasião passada, o cabo Gerson não havia lhe passado seu endereço de trabalho, uma vez que o mesmo ainda não estava definido. Dias depois, foi informada de que trabalharia em uma sala, provavelmente no 6º andar, do Centro Empresarial Mirante do Coxim, localizado na Avenida Isaac Póvoas, região central de Cuiabá.

 

Grampos 

 

No último dia 23 o ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa e o cabo Gérson Luiz Correia Junior foram presos, em razão do Inquérito

GCom

Zaqueu barbosa

 

Polícial Militar (IPM) que está em andamento na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

 

Zaqueu e Gérson Correia Junior são apontados como os principais operadores do núcleo de escutas telefônicas clandestinas existente desde 2014 dentro do Comando Geral da Polícia Militar.  

 

A denúncia foi oficializada à Procuradoria Geral da República (PRG) pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, em janeiro deste ano, exatamente um ano e um mês após ter pedido demissão do cargo de secretário de Segurança Pública do Estado (Sesp).

 

Zaque alega que pediu exoneração do cargo após informar o governador sobre o caso e ter exigido a exoneração do ex-secretário Paulo Taques, do comandante geral da Policia Militar de Mato Grosso, coronel Zaqueu Barbosa e de outros policiais e o governador não ter aceitado.

 

Por sua vez, o governador Pedro Taques nega que tenha tido conhecimento dos fatos, e determinou ao secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, que investigue a denúncia. Jarbas já solicitou o fim do termo de cooperação entre a Sesp e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) na utilização do sistema “Guardião”, responsável pelas escutas telefônicas.

 

Taques também decidiu realizar uma representação contra Mauro Zaque na Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) e no Conselho Nacional dos Ministérios Públicos (CNMP) por denúncia caluniosa, prevaricação e fraude em documentos públicos.