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Quinta-feira, 18 de Junho de 2015, 16h:22

José Medeiros e outros senadores vivem momentos de pânico na Venezuela

WALMIR SANTANA

Um grupo de senadores brasileiros, incluindo o mato-grossense José Medeiros (PPS), viveram momentos de pânico na tarde desta quinta-feira (18) em Caracas, na Venezuela. De acordo com a reportagem do jornal “O Globo”, o ônibus onde estava a comitiva ficou parado no trânsito e um grupo de cerca de 50 manifestantes começou a bater na lataria e gritar, a cerca de um quilômetro do aeroporto.

 

Reprodução / Instagram/@venezuelalucha

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A missão dos senadores é chegar à prisão onde estão presos políticos de oposição. Segundo a reportagem, diante da hostilidade, o ônibus retornou ao aeroporto e encontrou o terminal fechado.

 

Conforme o jornal, a missão é liderada por Aécio Neves, presidente do PSDB, e integrada por outros representantes da Câmara Alta, como Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes, além de Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Sérgio Petecão (PSD-AC) e o senador de Mato Grosso.

 

Pelas redes sociais, os parlamentares denunciaram que três batedores acompanham a comitiva, mas nada fizeram. No veículo estavam os senadores e as mulheres dos políticos.

 

Veja a reportagem na íntegra:

 

CARACAS — Depois de muita expectativa, a missão com senadores brasileiros chegou a Caracas, mas enfrentou adversidades e ainda não conseguiu chegar à prisão onde estão políticos de oposição presos. A comitiva contou ter passado por momentos de pânico logo depois de desembarcar. Já em um ônibus, a cerca de um quilômetro do aeroporto, o veículo ficou parado no trânsito e um grupo de cerca de 50 manifestantes começou a bater na lataria e gritar.

 

Diante da hostilidade, o ônibus retornou ao aeroporto e encontrou o terminal fechado. A comitiva informou que o presidente do Senado, Renan Calheiros, vai cobrar uma posição da presidente Dilma Rousseff.

 

— Fora, fora. Chávez não morreu, se multiplicou – gritavam os manifestantes diante do ônibus.

 

Três batedores acompanham a comitiva, mas nada fizeram segundo os brasileiros. No veículo estavam os senadores e as mulheres dos políticos.

 

"Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan (Calheiros, do Senado)", declarou no Twitter o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

 

No Twitter, o senador Aloysio Nunes explicou que houve um acidente, e por isso o trânsito ficou parado. Depois de ficarem sem conseguir avançar por cerca de 30 minutos, a comitiva decidiu voltar ao aeroporto. Os senadores também afirmaram que o terminal aeroviário chegou a ser fechado.

 

Em nota, a liderança nacional do PSDB classificou como "gravíssimas as agressões sofridas" e exigiu manifestação de repúdio "imediata e contundente" por parte do Itamaraty.

 

INCIDENTES EM SEQUÊNCIA

Era o segundo incidente desde que o avião pousara. Primeiro, o comboio que levava os senadores foi retido por integrantes da polícia nacional venezuelana. A explicação foi que estava sendo feita a transferência de um preso, vindo da Colômbia, justamente no mesmo horário. O senador Aécio Neves ligou para embaixada brasileira e para Rena Calheiros manifestando estranhamento com a atuação da polícia local e pedindo que os diplomatas registrassem uma reclamação formal junto ao governo da Venezuela.

 

— Acabo de falar com o presidente do Senado. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente — disse o senador, que mais cedo declarara: — Quem está aqui é uma missão que representa o Congresso brasileiro. Há algo de muito suspeito no que está acontecendo. Estamos aqui sitiados — disse Aécio.

 

A ex-deputada cassada María Corina Machado, no entanto, atribuiu os problemas ao governo chavista. "Está totalmente trancada a autopista porque "estão limpando os túneis" e por "protestos". "Se o regime acreditava que trancando as vias impediria que os senadores constatassem a situação de direitos humanos na Venezuela, conseguiu o contrário." "Em menos de três horas os senadores brasileiros descobriram o que é viver na ditadura hoje na Venezuela", escreveu.

 

CHEGADA COM ENTRAVES

No desembarque, eles foram recebidos por Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López; Mitzy Capriles, casada com Antonio Ledezma; Patricia de Ceballos, esposa de Daniel Ceballos; e ppor María Corina.

 

Ao chegar, os brasileiros ficaram retidos no avião por 20 minutos. Os seguranças pediram para que todos entrassem nos carros e seguissem diretamente ao presídio onde estão os políticos presos. Segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), foi preciso ludibriar os batedores do comboio para retornar ao local onde estavam Tintori, Mitzy, Patricia e Maria Corina e também a imprensa.

 

— Eles tentaram nos tirar daqui. Tivermos que furar o cerco e voltar — afirmou Cássio Cunha Lima.

 

A missão é liderada por Aécio Neves, presidente do PSDB, e integrada por outros representantes da Câmara alta, como Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes. Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC) completam a comitiva.

 

Na chegada, Aécio destacou que essa era uma missão de paz e humanitária.

 

— As manifestações, não só da região, mas do mundo todo podem sensibilizar as autoridades venezuelanas para marcar eleições livres e libertar presos políticos — disse Aécio.

 

Para Maria Corina, a visita dos políticos brasileiros é histórica. Segundo ela, nunca aconteceu antes uma missão oficial desse gênero no país. E elogiou a coragem e iniciativa da comissão.

 

— Vocês estão presenciando gesto histórico e sem precedente. O Brasil envia mensagem ao mundo inteiro de que a Democracia está conosco. A indiferença do governo brasileiro é cumplicidade — disse Corina

 

Segundo ela, a chegada dos brasileiros desencadeia um movimento em defesa da democracia no país.

 

Já Mitzy acredita que a visita dos senadores brasileiros pode acelerar o processo para definir a data das eleições na Venezuela.

 

— Maduro está encurralado diante dos olhos do mundo — disse Mitzy.

 

Para ela, só há uma via — que é a da conciliação da Venezuela.

 

— A única saída é a unidade, que é impostergável — completou.