O acordo com o Canadá também foi indicado entre as frentes de negociação que devem receber maior prioridade do Mercosul, porém por um menor número dos participantes do levantamento: menos de 60%.
A CNI salienta, junto com os resultados da sondagem, que fortalecer a agenda econômica e comercial tanto dentro do bloco quanto do bloco com parceiros estratégicos é premente ao desenvolvimento econômico do Brasil. Os sócios do Mercosul, sobretudo a Argentina, são juntos o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, seja nas exportações, seja nas importações. As exportações do Brasil aos países vizinhos têm alta participação de produtos da indústria, inclusive de alto valor agregado como automóveis e bens de capital.
Segundo a CNI, com base em dados do ano passado, a cada R$ 1 bilhão exportado para o Mercosul são gerados 24 mil empregos, R$ 550,8 milhões em massa salarial e R$ 3,7 bilhões em produção na economia brasileira. A entidade consultou 104 associações e 222 empresas exportadoras brasileiras para levantar a opinião do setor sobre quais devem ser as agendas prioritárias do bloco.
Dentro do bloco, a avaliação de 81% das associações, e de 69% das empresas, é de que o acordo de facilitação do comércio, com diminuição de obstáculos nas trocas de produtos entre os sócios, é a principal agenda pendente. Há também um entendimento comum, manifestado por 44% das associações, de que os mecanismos de diálogo do Mercosul não possibilitam a participação ativa do setor industrial nas discussões relacionadas ao bloco.
De acordo com a gerente de comércio e integração comercial da CNI, Constanza Negri, o levantamento reforça a necessidade de fortalecimento da agenda comum dos quatro países do Mercosul - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -, além do avanço no relacionamento com outros blocos.
"O Mercosul tem um papel estratégico na política comercial do Brasil e para o desenvolvimento econômico da região, tanto pelo potencial que temos de ampliar nosso comércio exterior quanto para a geração de empregos, renda e produção na economia brasileira e nas economias vizinhas", observa Constanza.
(Com Agência Estado)
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