O parto humanizado ainda é assunto desconhecido para muitas mulheres, ainda que seja disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para desmitificar e difundir informações sobre o assunto, o Ministério da Saúde criou o programa Rede Cegonha, que já funciona na rede pública de Mato Grosso.
Na sexta-feira passada, um novo ambiente, totalmente equipado, organizado e projetado visando o conforto das mamães, foi inaugurado no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande (PSM-VG). Na obra, foram entregues três salas de parto e outras duas enfermarias para a preparação das mamães, com 10 leitos. As salas, preparadas especificamente para o parto normal, dão aconchego às mulheres em trabalho de parto.
A enfermeira da humanização, Jaqueline Miliosi, destacou que é importante criar o ambiente acolhedor em um hospital público para desmistificar o imaginário de que parto normal remete a dor. “É uma situação cultural. Talvez faltasse justamente a humanização do parto”, observou.
“Agora se promove um ambiente adequado. A mãe tem um chuveiro quente, vai fazer exercícios com bolas de ginástica, recebe massagens. Ela vai escolher a posição que ela mais julgar necessária e confortável para ter o bebê. Não precisa mais ficar deitada, de pernas abertas, gritando de dor”.
De acordo com a enfermeira, os partos normais são realizados, majoritariamente, no sistema público. “Infelizmente, é muito menor o número nas clínicas particulares, que fazem muito mais cesáreas. É um processo lento e depende do nosso trabalho mudar esse imaginário”.
A Rede Cegonha, que atua em quase 5,5 mil municípios em todo o país propõe um novo olhar para o parto normal e acompanhamento das mães, a começar com a atenção básica, quando a mulher engravida. “Ela é acompanhada, faz o pré natal, conhece o hospital onde o bebê vai nascer e continua acompanhada após o parto, até 40 dias”.
A Emanuelly Gomes, de 19 anos, grávida de sete meses, conheceu o novo ambiente da Rede Cegonha e ressaltou que o trabalho oferecido transmite mais segurança às mães que optam pelo parto humanizado. “É mais estruturado e organizado. O lugar é arejado, temos um auxílio dos enfermeiros. Nos passa mais segurança. Agora eu sei que vou ser bem recebida”. Com o novo espaço no Pronto Socorro, a previsão é de que nasça de 150 a 180 bebês por mês.
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