Os professores da rede municipal de Santo Antônio do Leverger (distante 30 km de Cuiabá) anunciaram greve da categoria com início a partir desta quinta-feira (22). Entre as demandas dos profissionais está a falta de pagamento aos educadores contratados, referente aos serviços prestados desde o mês de março, quando iniciou o ano letivo. Segundo a prefeitura, não há saldo no caixa para os pagamentos.
Sintep-MT
O representante do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Gonçalo Fontes Maia, professor da creche municipal Pingo de Ouro, explicou que a prefeitura também não tem atendido as demandas da classe.
Segundo ele, foi encaminhado ao prefeito Valdir Pereira de Castro Filho (PSD) documento elaborado em assembleia com pontuações referentes ao pagamento dos salários, dificuldade de transporte escolar e falta de material didático e merenda, além de diferenças salariais quanto a elevação de nível e pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA) dos servidores.
No entanto, a proposta enviada pela prefeitura na semana passada foi rejeitada em assembleia, que considerou a oferta como “ridícula”. “A gente está indignado com o que está acontecendo”, pontuou o representante. “A proposta foi de parcelar os 6,58% referente a 2016 em sete parcelas, e para sentarmos no segundo semestre. Não dá para conversar só em setembro ou outubro, são demandas urgentes”, explicou.
Quanto ao pagamento dos salários, a prefeitura havia informado aos professores que estaria acertando nesta segunda-feira (19). Depois, informou que, devido a um problema no banco, o dinheiro entraria na conta dos profissionais apenas nesta quarta-feira (21), o que também não ocorreu.
Já em relação às outras demandas, a categoria se posicionou que, caso a prefeitura não enviasse uma nova oferta até esta quinta-feira, os professores poderiam votar greve em assembleia, que, inicialmente, estava marcada para sexta-feira (23).
Na manhã desta quinta-feira, porém, a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer comunicou o fechamento de 21 escolas localizadas em zonas rurais, sem aviso prévio, e atribuiu a “culpa” da situação ao movimento do Sintep.
“Fecharam as escolas da noite para o dia, sem aviso. Os pais chegaram e deram com a cara nas portas. A secretária e sua equipe está percorrendo as zonas do campo informando aos pais que a culpa do fechamento das escolas é do sindicato, sendo que o Sintep procurou a prefeitura desde antes do carvanal e explicou toda a situação”, comentou o sindicalista Gonçalo.
Conforme a prefeitura, a folha de pagamento inflou, em razão das contratações realizadas no início do ano. Agora, para conseguir pagar ao menos alguns servidores, fez a rescisão de contrato de alguns professores.
“É um absurdo, porque você assina um contrato por um ano e chega junto seu contrato com a rescisão? A gente já tinha alertado sobre as contratações, agora não dá. Não é assim”, se indignou o professor.
Segundo o representante do Sintep, o advogado do sindicato já foi acionado para dar suporte aos professores que tiveram o contrato rescindido, e a greve permanece por tempo indeterminado.
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