Nove artistas mato-grossenses vão participar da 14ª Bienal Naïfs do Brasil, no Sesc Piracicaba, no estado de São Paulo. Buscando incentivar e valorizar a cultura local, artistas daqui vão participar da mostra que acontece a cada dois anos na cidade, cuja a abertura é nesta sexta-feira (17) e as visitações ocorrem de 18 deste mês até o dia 25 de novembro deste ano, gratuitamente. O artista já falecido Nilson Pimenta, será homenageado no evento e seu filho o representará.
Wender Carlos é artista há cerca de 30 anos e está é a segunda vez que participa da Bienal. Como um dos artistas selecionados, ele conta que a seleção é realizada por críticos de forma rigorosa, mas Mato Grosso sempre tem seus artistas entre os selecionados e homenageados.
Arquivo Pessoal
Título: ?PESCADORES DO PANTANAL?. Uma das obras de Wendes Carlos selecionadas para o Sesc Piracicaba
"Para mim, como artista mato-grossense, é muito orgulho", narra ele. Wender explica que um evento como esse abre portas, artistas de todo o Brasil vão conhecer seu trabalho e colecionadores ou galeristas podem comprar suas obras. "É bom para a divulgação".
Nilson Pimenta faleceu aos 61 anos em dezembro de 2017, mas foi escolhido como o artista à ser homenageado In Memoriam pela Bienal e será representado por seu filho, também artista, Valques Pimenta.
Valques conta que sempre ajudou seu pai nas exposições e a organizar projetos, inclusives exposições internacionais. Diz que sempre o representou, mesmo em vida, mas é impossível substituir Nilson Pimenta.
"Eu já fazia esse papel antes, mas enquanto eu estiver vivo vou continuar representando. Inclusive irei fazer um memorial para ele lá no meu ateliê", declarou.
Outra artista selecionada é Albina Oliveira, 70 anos, ela conta que ama a Bienal Sesc Piracicaba e a arte é muito mais valorizada em outros estados do que em Mato Grosso. Ela foi selecionada com duas telas, uma delas conta o início do garimpo em Cuiabá e a outra obra é uma homenagem à São Benedito.
"Eu comecei a participar da Bienal em 2008, mas fui selecionada pela primeira vez em 2016. É muito bom ser selecionada e premiada. Isso levanta a nossa auto estima para seguir o caminho", assevera.
Ela desabafa que a arte local não é valorizada pela própria população. Declara pintar a Cultura de Mato Grosso e amar a Capital, mas os artistas locais sofrem muito, pois existem diversas dificuldades para fazer exposições e conquistar o próprio espaço. "Em São Paulo o povo reconhece e gosta da cultura de Mato Grosso".
Wender aproveita a oportunidade e deixa um recado para os que estão iniciando ou enfrentando muitas dificuldades no mundo das artes visuais. "Essas pessoas devem estar sempre motivadas e próximas de outros artistas que já estão nessa caminhada. Sempre dialogando e buscando para ver se as pessoas vão abrindo as portas. Não desistam, a arte tem as suas dificuldades, mas tem o seu lado bom".
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