Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

Cidades Terça-feira, 03 de Outubro de 2017, 07:45 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 03 de Outubro de 2017, 07h:45 - A | A

FALTA DE EMPATIA

Mãe relata momentos de angústia ao aguardar por atendimento de filho em UPA

CAMILLA ZENI

A jornalista Milene Nunes viveu momento desesperador no último domingo (1) quando seu filho, P.L.N.D, de apenas cinco anos, reclamava de dor abdominal e ela teve que lidar com o descaso de um pediatra do serviço público de saúde. Nas redes sociais ela relatou a angústia de não poder ajudar o filho: “comecei a chorar”.

 

Reprodução

UPA PASCOAL RAMOS

 

Milene, que é moradora de Várzea Grande, estava no bairro Pedra 90, em Cuiabá, com a família quando a criança se queixou de dores e “chorava muito”. Diante do caso, resolveu levá-lo à policlínica do bairro. No entanto, pela falta de pediatra, precisou levá-lo à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Pascoal Ramos. Lá, duas crianças aguardavam atendimento. Porém, estavam quietas e comportadas, enquanto seu filho gritava de dor. “Ele colocava a mão na barriga e dizia ‘ai ai, minha barriga. Está doendo, mamãe’”, relatou. O segurança da unidade, vendo a situação, a acompanhou durante todo o tempo em que permaneceu na UPA. “Parecia que ele queria ajudar, mas não tinha como, então fazia o que podia”, observou.

 

A angústia da mãe aumentou quando Milene se dirigiu à sala do médico para conferir que seu filho havia sido chamado. “O nome dele estava na tela, então fui perguntar. Mas ele foi seco, disse logo que não e me mandou aguardar”. Na hora que Milene estava no consultório, ouviu o filho gritar e, se voltando ao profissional, perguntou se não poderia consultá-lo. “Não custava perguntar. Certamente os outros pais não iriam se importar. Ele chorava de dor”, disse. No entanto, o profissional manteve a postura e disse que não poderia fazer a consulta. “Ele nem olhou para o meu filho e sequer estava atendendo. Não tinha nenhum paciente na sala e ele e mexia no computador’. 

 

O menino, mesmo em prantos e com dores abdominais, precisou aguardar pelo atendimento e a mãe aumentava sua angústia. “Eu não tinha o que fazer. Ele ficou deitado no meu colo chorando e reclamando da barriga. Eu queria chorar também”.

 

Quando entrou no consultório, o médico repreendeu a mulher pela atitude de mãe. “Ele disse que eu precisava ter paciência, que alí era UPA e que todos tinham que aguardar sua vez”, contou. Ela questionou sobre a prioridade de atendimento, considerando que era nítido que o filho estava com muitas dores. “Ele disse que mesmo que ele estivesse morrendo precisaria esperar pela vez dele”. Já na consulta, o médico levantou suspeita de apendicite, pois as dores inconstantes. “Era uma situação que poderia ser grave. Imagina se acontece algo com essa criança?”, desabafou. Por sorte, a situação foi descartada posteriormente, e o menino permaneceu por algumas horas na unidade para medicação.

 

Em sua publicação, Milene destacou o desespero do momento: “Cada pai e mãe conhece seu filho, sabe quando o choro é manha e quando é de dor. E o meu desespero era exatamente porque eu sabia que meu filho não estava bem. O rostinho dele estava abatido e seu olhar era de ‘mamãe, me ajuda’”, escreveu. “Sai dali com a sensação de medo, pavor, desespero. Eu só gostaria que ninguém passasse pelo que passei”, finalizou.

 

Outro lado


A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que a prioridade de atendimento é feita conforme triagem, quando os pacientes recebem a classificação de risco: “risco de morte emergente (vermelho - casos gravíssimos ou com risco de morte elevado), urgente (amarelo - casos que necessitem de atendimento médico e tratamento relativamente rápido para que não ocorra piora do seu problema), sem risco de morte (verde -  identifica os pacientes que necessitam de atendimento médico mas que podem aguardar sem risco de morte. São pacientes menos graves e serão atendidos até todos os pacientes amarelos), e ambulatorial (azul - classificação dos casos mais simples)”.

Sobre o caso relatado, não foi informada classificação dada ao menino, cujo sofrimento era visível. Portanto, conforme a assessoria, o caso deve ser encaminhado para conhecimento da secretária da pasta para que as providências necessárias sejam tomadas. Além disso, ressaltou o canal de ouvidoria do SUS, que é disponibilizado também para denúncias, visando melhorar o atendimento à população. Para entrar em contato, o telefone é (65) 3614-9009.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros