“Ele sonhava em ser um herói. Queria seguir os caminhos do pai”. As palavras são de Jane Patrícia Lima Claro, mãe do aluno do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, morto após um treinamento de salvamento aquático. A capacitação foi realizada no dia 10 de novembro na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
Arquivo Pessoal
Segundo a mulher, que conversou com jornalistas na tarde de quarta-feira (16), formaria no dia 1º de dezembro.
Abalada, Jane comentou que dois coronéis a procuraram para garantir que um inquérito policial vai investigar se houve excessos durante o treinamento. Por enquanto, segundo ela, tudo está sem explicações.
“Até agora não sabemos de nada. Ninguém procurou a gente pra nada ainda. Estamos aguardando resposta, para saber o que de fato aconteceu. Dois coronéis me prometeram que vão levar essa investigação até o fim. O Corpo de Bombeiro é uma instituição que tem tanta credibilidade que não pode manchar a sua história por erros de um ou outro. De fato, precisa apurar e os culpados punidos”, disse Jane.
No dia do acontecido, 10 de novembro, Jane contou que o filho saiu bem de casa e até falou com ela pelo WhatsApp, relatando que tinha sido um dos primeiros a chegar no treinamento. “Ele tava normal, saiu de casa mandou mensagem falando que estava indo. ‘Mãe, eu fui um dos primeiros a chegar’. Depois mandou mensagem novamente dizendo que estava indo para corporação e que não conseguiu”, relatou a mãe.
Ela resumiu o fato em dizer que o sonho de criança do filho foi interrompido. “O sonho da maioria das crianças é entrar para o Corpo de Bombeiros para ser herói. Ele tem o pai um grande exemplo dentro de casa. Ele sonhava ser como o pai. Meu esposo é aluno oficial e ele aluno soldado. Pai dele e ele se formariam juntos agora dia 1º de dezembro, mas o sonho foi interrompido”, concluiu Jane.
Afastamento
O Corpo de Bombeiros confirmou o afastamento da tenente Isadora Ledur, coordenadora do curso.
Segundo o presidente do inquérito policial que investiga o caso, coronel Alessandro Borges, todos os fatos serão apurados e não deixará que nenhum excesso fique impune.
“A tenente Ledur não vai mais fazer parte dos treinamentos com esse pelotão. Vamos apurar os fatos. A população pode ter certeza que a corporação não coaduna com excessos. São diversas informações, trabalhar, ouvir as testemunhas e comprová-las. Até agora tudo são informações de pais, alunos, nota oficial da Sesp. Vamos ouvir todos no processo”, disse o coronel.
O laudo sobre a morte do jovem Rodrigo deve sair nos próximos 15 dias e o inquérito policial em 30.
A TV Centro América divulgou a uma mensagem que teria sido enviada pelo aluno morto
de um temor sobre a aula da tenente.
O caso
O jovem começou a passar mal durante o curso de salvamento em mergulho, no dia 10 de novembro, realizado pelo 1º Batalhão dos Bombeiros na Lagoa Trevisan, que fica às margens da Rodovia Palmiro Paes de Barros, que liga Cuiabá a Santo Antônio de Leverger.
Ele foi retirado do campo do curso e levado ao Batalhão, localizado no bairro Verdão, reclamando de fortes dores na cabeça. Primeiramente foi levado à policlínica.
Na unidade médica, o aluno que é filho de um sargento do Corpo de Bombeiros, não apresentou melhoras e precisou ser encaminhado para o hospital particular. Desde então, estava internado em coma induzido.
Ele morreu na noite de terça-feira (15) na UTI do Hospital Jardim Cuiabá. O caso passa a ser investigado em um Procedimento Administrativo Disciplinar.
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Zezeh 17/11/2016
Até quando os alunos do curso de formação continuarão morrendo em treinamento e ninguém toma providências? Sempre nos é passados que o aluno já apresentava problemas de saúde, só que isso não cola mais. Alerta!!!
1 comentários