Desesperados diante da fome e chocados em assistirem pessoas roubando comida umas das outras, milhares de Venezuelanos deixaram para traz suas famílias, profissões e antiga vida em busca de melhores condições para criar os filhos no Brasil. Em Cuiabá, pessoas qualificadas procuram por emprego em qualquer área para que possa obter dinheiro para o sustento.
Abrigados na Pastoral do Migrante, alguns refugiados já conseguiram trabalho e outros até mesmo deixaram a moradia temporária para criar seu próprio lar. Embora alguns usufruam de boa sorte, dezenas de outros estrangeiros ainda procuram por uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e reiniciar a vida.
De acordo com Marilete Milinare, umas das voluntárias da Pastoral e responsável por intermediar a contratação da mão de obra estrangeira, os abrigados, em sua maioria, têm nível médio com cursos técnicos de qualificação.
O cadastro da Pastoral mostra que, entre os refugiados, estão três administradoras de empresas, três cabeleireiros, três cozinheiras, uma socorrista, um marceneiro, um motorista de caminhão, seis pedreiros, seis eletricistas, um técnico agrícola, um mecânico, um operador de máquinas pesadas, dois pintores, um operador de segurança eletrônica.
Já os demais têm experiências como empacotadores em supermercados e serviços gerais. Além disso, uma pessoa se cadastrou com mais de uma qualificação para se candidatar a vagas de emprego na Capital.
“Eles tinham as profissões na Venezuela, mas aqui estão dispostos a fazer qualquer trabalho. Aceitar qualquer emprego. O que fazemos é intermediar o ingresso deles no mercado de trabalho e orientá-los para que tudo corra de forma regular”, explica Marilete.
As empresas interessadas na mão de obra dos estrangeiros devem procurar a Pastoral, Na avenida Jurumirim, bairro Carumbé, e apresentar a proposta de trabalho para que seja apreciada. Todos os contratos intermediados pela instituição são formais, com a carteira assinada.
Assim que conseguem emprego os estrangeiros procuram alugar um espaço para residir coma a família e, como só trouxeram roupas e documentos, não têm móveis ou mesmo colchão para descansarem. Para ajudar nessa etapa a Pastoral tem recebido todo tipo de doação para os abrigados.
“A gente está aceitando todo tipo de coisa. Desde comida, até roupas e móveis para ajudar quem está morando na Pastoral e também os que seguem para a primeira casa. Quem quiser, pode entregar as doações na Pastoral”, explica.
A chegada
Em seis de abril deste ano, 66 venezuelanos passaram a residir na Pastoral, juntamente com outros imigrantes abrigados no local.
Trazidos de Roraima para Cuiabá pelo Exército, eles trouxeram algumas poucas roupas e os sonhos de uma vida melhor. Na memória as cenas de crueldade, fome e tristeza presenciadas no País de origem, para o qual muitos deles não querem voltar nunca mais.
Desde o início do mês passado, três famílias já deixaram a casa e outras quatro pessoas conseguiram emprego, mas continuam na Pastoral.
Confira lista de qualificações
Administrador
três cabeleireiros
três cozinheiras
paramédica
marceneiro
motorista de caminhão
pedreiros
eletricistas
técnico agrícola
mecânico
operador de máquinas pesadas
pintores
operador de segurança eletrônica
empacotadores
supermercados e serviços gerais
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