"Enquanto eles estão soltos, minha vida é resumida na prisão de um luto eterno". A declaração é da viúva do policial militar Danilo Neves Ramires, morto em abril deste ano durante o roubo a um supermercado no CPA III.
Luiz Alves/FE
Trio foi preso pela polícia no dia do crime; eles confessaram o roubo seguido de morte
A viúva, que trabalha como professora e por receio de ser descoberta preferiu não se identificar, está indignada e afirmou que o medo de represálias só aumenta, pois a quadrilha que matou seu esposo já está nas ruas há tês dias e sem monitoramento algum, já que a decisão de soltura não os obrigam usar tornozeleira eletrônica.
"Minha vida mudou em abril quando o Danilo foi morto. Porém, eu ainda acreditava fielmente na Justiça já que prenderam todos no mesmo dia. Detidos em flagrante, eles confessaram que mataram meu esposo para roubar a arma, todos são criminosos profissionais e que já haviam sido preso e do nada vem uma juíza e solta esse povo? Ela acha o que, que eles vão ficar em casa e não voltar a cometer crime? Que tipo de Justiça é essa? Agora eu e minha família iremos ficar presos em casa", desabafa a professora.
A indignação é por conta da decisão da magistrada Maira Rosi de Meira Borba, titular da Oitava Vara Criminal de Cuiabá, que concedeu liberdade provisória aos quatro membros acusados de cometer o latrocínio (roubo seguido de morte) contra Danilo Ramires. Estão soltos desde do dia 18 deste mês Diego da Silva Paiva, Gilmar Queiroz de Menezes, Midiã Gomes Bispo e Wiliam da Silva de Paula Rondon.
A soltura se dá “porque os envolvidos no crime estão presos desde abril e até o mês de outubro não foi conclusa a fase de instrução criminal do caso”, diz trecho do documento assinado pela magistrada.
A juíza Maira Borba ainda cita a nova legislação processual penal. “No contexto da legislação, a prisão deverá ser a última medida imposta (última ratio), ou seja, quando não for possível que se garanta a instrução processual, a aplicação da lei penal e a garantia da ordem pública e econômica lançando-se mão das outras medidas cautelares prevista pelo legislador”, escreveu.
Essa decisão é pífia, diz a viúva. "Eu não entendo o motivo disso. Não entra na minha cabeça como uns bandidos desse porte estão nas ruas. Decisão pífia que vai contra a sociedade. Eles mataram um policial que lutava contra criminalidade. A juíza tinha que considerar isso, já que morte de policial é crime hediondo. Não há o porque relaxar prisão porque não teve finalização do período de instrução. Ora, mantenha os presos já que é necessário manter a ordem pública. Ex-governador que roubou tá preso, bandido que matou tá solto. Enquanto eles estão soltos, minha vida é resumida na prisão de um luto eterno", frisou.
A esposa do policial lembra que até hoje ninguém da família de Danilo foi intimado para depor sobre o caso. "Falam em instrução penal, porém ninguém da família foi ouvido. Muito estranho. Nós não sabemos nem se os bandidos serão condenados e cumprirão em regime fechado. Gente, meu marido era um homem bom. Iria aposentar em setembro e nunca teve uma mancha na vida policial. Era pai de três filhas e sempre foi muito carinhoso. No dia do crime era pra ele estar de folga, mas foi cobrir a falta de um amigo que pediu para ele trocar pois tinha um compromisso inadiável. Meu marido foi e morreu. Mandaram ele ajoelhar e depois atiraram. Crueldade. Bandidos maldosos acabaram com uma família e agora vão curtir em liberdade", comentou.
A mulher ainda frisa que depois do crime já mudou de casa e agora com a saída dos bandidos da cadeia estuda a possibilidade de deixar Mato Grosso. "Eu e minhas filhas não sabemos, mas estudamos a possibilidade de mudar daqui. Não vou suportar uma situação dessas calada e ainda tendo que conviver com os executores de meu marido soltos", declarou.
O crime
O policial Danilo Neves Ramires, 51 anos, estava na frente do supermercado quando foi abordado por três homens que exigiram que ele entregasse a arma e em seguida ficasse de joelhos. “Foi covardia. Mandaram o policial deitar e depois atiraram três vezes”, relatou a delegada Jannira Laranjeira da Delegacia de Roubos e Furtos.
A morte de Danillo ocorreu na calçada do supermercado. Após o crime, os acusados fugiram em um veículo Fox. As buscas naquele domingo foram rápidas, até que por volta das 21h do mesmo dia a Polícia Militar em parceria com a Civil prendeu Diego da Silva Paiva, Gilmar Queiroz de Menezes, Midiã Gomes Bispo e Wiliam da Silva de Paula Rondon. Todos estavam escondidos na casa de Midiã no bairro Osmar Cabral.
Segundo investigações da Polícia Civil, que ouviu todos os suspeitos no dia seguinte, a quadrilha era profissional em crimes de assalto, tendo Diego como o líder. “Ele não atirou no policial, mas ele ordenou o crime".
Segundo a delegada Jannira falou na época do crime, o alvo foi premeditado, mas não havia nenhuma rixa entre Diego e o PM antes. “O Diego contou informalmente que ele queria, como profissão no crime, ser ladrão de arma de polícia. Tudo isso foi anexado no inquérito”, detalhou a investigadora.
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Bolsonaro Presidente 21/10/2016
Nossa Justiça é vergonhosa. A decisão dessa Juíza é MAIS vergonhosa AINDA! Cade os DIREITOS HUMANOS para contestar essa liberação que põe em risco a vida dessa senhora e de seus filhos? Ha, verdade, DIREITOS HUMANOS só defende VERME!BANDIDO!
1 comentários