O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) interditou o consultório da empresa Plástica para Todos, em Cuiabá. A decisão foi tomada em sessão plenária desta terça (17). Com isso, a empresa fica proibida de exercer suas atividades até que se registre no conselho.
CRM-MT
Na semana passada, médicos da Sociedade Mato-grossense de Anestesiologia (Soma) denunciaram casos de pacientes que sofreram complicações após realizarem cirurgias por meio do programa. Em maio desse ano, ainda, a esteticista Edléia Daniele Ferreira Lira morreu após procedimento de redução de seios e lipoescultura, no Hospital Militar de Mato Grosso.
A Soma considerou que as consequências das cirurgias são catastróficas e que foi necessário intervir para alertar para o que estava acontecendo.
Em nota, a Plástica para Todos informou que o registro deverá ser feito no prazo máximo de 30 dias e que não foi realizado antes por orientação de seus assessores jurídicos. Também informou que a interdição não trará prejuízos aos pacientes, já que não interfere na relação entre os médicos e os clientes.
“O Projeto tem foco no atendimento de pacientes que esperam há anos por um procedimento cirúrgico pelo SUS, que muitas das vezes se submeteria a cirurgias clandestinas em países vizinhos, ou que jamais teriam acesso a esse serviço, em busca da saúde mental, reparatória, qualidade de vida e melhora geral de sua saúde, proporcionados por uma cirurgia plástica”, disse a diretoria da empresa.
Denúncias
A paciente identificada como N.R.D.C. realizou uma cirurgia plástica e precisou ser encaminhada para a Santa Casa de Miserocórdia. Já a paciente M.J.O.U. apresentou sangramento dos vasos e foi levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Matheus. A Plástica para Todos, por outro lado, acredita que essas são “intercorrências inerentes a qualquer tipo de cirurgia”.
O caso mais grave foi de Edléia Daniele Ferreira Lira, que realizou a cirurgia de redução de seios e lipoescultura no Hospital Militar, que não possui Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em maio deste ano. No entanto, a mulher começou a passar mal cerca de três horas após o procedimento e, logo depois, foi encaminhada ao Hospital Sotrauma, também na Capital. Diante disso, Daniele foi transferida depois de ter sido medicada. Ela faleceu após diversas paradas cardíacas e paralisia cerebral.
Confira a nota na íntegra:
A Empresa Plástica Pra Todos, vem a público noticiar que o CRM/MT, em plenária na noite desta terça feira, entendeu pela necessidade do programa registrar-se no órgão, para só então dar sequência a sua prestação de serviços. A decisão não acarretará prejuízos aos pacientes, uma vez que a relação médico-paciente não foi afetada pela mesma, pois os médicos não estarão impedidos de atuarem junto aos pacientes.
O Projeto tem foco no atendimento de pacientes que esperam há anos por um procedimento cirúrgico pelo SUS, que muitas das vezes se submeteria a cirurgias clandestinas em países vizinhos, ou que jamais teriam acesso a esse serviço, em busca da saúde mental, reparatória, qualidade de vida e melhora geral de sua saúde, proporcionados por uma cirurgia plástica.
Agradecemos o apoio de todos os pacientes, estimando que num prazo máximo de 30 dias será possível a inscrição da empresa junto ao CRM/MT, quando tudo será normalizado, esclarecendo que o registro não tinha sido realizado por orientação de nossa assessoria jurídica da matriz em MG, em razão de se tratar de mera intermediação operacional do serviço.
Dessa forma, orientamos que nossas pacientes procurem em horário comercial a sede da empresa para procedimentos administrativos e financeiros.
Diretoria
Plástica Pra Todos
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