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Cidades Domingo, 30 de Abril de 2017, 10:22 - A | A

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Domingo, 30 de Abril de 2017, 10h:22 - A | A

SHOPPING POPULAR

Camelôs lembram passado e falam de melhorias nos 22 anos de Shopping popular

CAMILLA ZENI

O Shopping Popular de Cuiabá, conhecido como "Shopping dos Camelôs", completou 22 anos de existência neste mês de abril. Por ali, naquele espaço onde os bairros Dom Aquino e Porto se encontram, inúmeras pessoas passaram fazendo compras, e inúmeras histórias foram vividas pelos vendedores do local.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

shopping popular

Shopping Popular sofreu diversas mudanças estruturais durante o tempo e hoje é referência

Onde encontrar brinquedos para as crianças, itens para a pescaria, roupas, cosméticos, itens de festa e até aparelhos eletrônicos? Enfim, onde encontrar tudo no mesmo lugar? O Shopping Popular sempre foi referência no assunto, principalmente quando se procurava preço baixo. Em razão da diferença de valores, os vendedores do local sempre tiveram que lidar com o estereótipo de “produtos de má qualidade”.

 

Em razão da diferença de valores, os vendedores do local sempre tiveram que lidar com o estereótipo de “produtos de má qualidade”. A afirmativa, porém, vem sendo desmistificada com o tempo. Atualmente, os mais de 800 vendedores são regulares junto à Receita Federal, apresentam nota e já conquistaram a credibilidade dos fregueses. 

 

“O Shopping é um exemplo de vida”, disse o presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular e vereador Misael Galvão. Segundo ele, a conquista dos camelôs é de cada associado, que persistiu com o tempo e é responsável pela história construída.

 

Os 22 anos foram de luta, quando, obrigados pela prefeitura, os vendedores ambulantes da cidade foram removidos para o local. No início, tomaram muito sol e chuva, trabalhavam em cima de tripés, e eram cobertos apenas por uma lona. Tiveram que lidar com a população receosa de comprar em um afastado, com as enchentes, muitas vezes com águas do esgoto do córrego da prainha, e até os policiais levando suas mercadorias por não terem notas fiscais.

 

Hoje, mesmo quem enfrentou todos esses problemas, se sente gratificado pela história que viveu. É o caso de dona Otília Martins Fialho. Vendedora de cosméticos, a senhora está presente no local desde o início, há 22 anos, e já comercializou brinquedos e roupas. Ela lembra dos anos corridos com orgulho da persistência dela, dos colegas e do atual líder da associação, que não desistiram de transformar o lugar em um bom ambiente.  

 

“Vemos que foi um crescimento muito bom, e que, hoje, para estar onde nós estamos, é porque nós merecemos”, disse. “Nós lutamos muito e passamos, durante esses 22 anos, muitas coisas que nós conseguimos vencer com muita determinação”, ressaltou a comerciante.

 

 

Os caminhos que levaram o Shopping Popular ser, atualmente, referência em camelô para todo o país também não foram esquecidos por Ariovaldo Mundim. O comerciante, hoje proprietário de quatro bancas, está no local há 18 anos e já viveu de tudo por lá. “Todo mundo vê os tombos que eu caio, mas as pingas que eu bebo ninguém vê”, brincou.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

shopping popular

 Camelô foi reformado para a Copa do Mundo de 2014

Ari, como é chamado, relembra que a transformação do espaço para seu estado atual foi um sonho diário. “Na época, começou-se criar em Cuiabá muitas galerias, com piso, refrigerados, e todos melhores que nós. E nós, que já tinhamos uma história, ficamos jogados e esquecidos. Mas nós conseguimos sobreviver”, disse.

 

"Se hoje nós somos chamados de empresários, é porque pagamos impostos, nos legalizamos. É a nossa persistência, perseverança. Isso aqui é sobre ter um sonho, correr atrás e não desistir", ponderou.  

 

Para Misael Galvão, os colegas não poderiam estar mais corretos. Na época, desistir era uma opção fácil diante dos inúmeros problemas que surgiam. Por isso o novo shopping é sinônimo de luta e fé. “A gente diz sempre que vale a pena sonhar, que vale a pena acreditar, porque só vai acertar quem não tem medo de errar”, disse o presidente.

 

Novo Shopping Popular

A estrutura atual do Shopping Popular foi uma reforma desenvolvida no período da realização da Copa do Mundo de 2014, sediada em Cuiabá. Na época, especulava-se que os camelôs seriam despejados do local, em razão da poluição visual que o antigo ambiente causava. Após conversas com políticos, Misael Galvão, presidente na época, conseguiu a aprovação de uma concessão onerosa por 60 anos para os comerciantes do espaço. Este foi o primeiro local de vendedoras ambulantes com concessão no país.

 

Em contrapartida, a Associação teve que assumir a reforma do Ginásio Dom Aquino, que, atualmente, tornou-se um complexo esportivo. A construção do espaço, que custou cerca de R$4 milhões, é fruto, também, de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Assim, o local, antes abandonado, se tornou um espaço bastante procurado pela população para a prática esportiva. Ali também foi construído um miniestádio e quadras de areia. Atualmente, o complexo é capaz de desenvolver onze modalidades.

 

Curiosidade

Você sabe por que os vendedores informais são chamados de camelôs? O termo vem das ruas da França antiga e sofreu mudanças conotativas durante o tempo. No século XII, na Ásia e Oriente Médio existia um tecido feito de pelo de camêlo. Quando foi exportado para o país europeu, o objeto ficou conhecido por “camelot”. O tecido era vendido aos pelos comerciantes das feiras. Por essa razão, os vendedores ficaram conhecidos pelo nome do produto.


A associação dos camelôs aos produtos de baixa qualidade, nasceu no mesmo tempo, no entanto. Isso porque alguns vendedores falsificavam o tecido, utilizando pelo de cabra. Essa ligação pejorativa do nome aos vendedores ambulantes chegou ao Brasil, no início do século XX. Atualmente, o termo camelô ainda é visto por uma parcela da sociedade como vendedores de produtos de baixa qualidade, fato que tem mudado com o tempo.

 

 

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neila barreto 01/05/2017

Penso que a origem vem com os mascates, portanto a origem é sírio libanesa. É preciso pesquisar. O comércio dos mascates no Brasíl iniciou com os sirios libaneses e Cuiabá não ficou fora disso.

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