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Cidades Domingo, 25 de Setembro de 2016, 13:20 - A | A

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Domingo, 25 de Setembro de 2016, 13h:20 - A | A

TODO CUIDADO

Ao sentir maus tratos, mãe se torna enfermeira para cuidar de filha especial

RAYANE ALVES

Antigamente as profissões eram repassadas como herança de pai para filho. Principalmente nos casos em que os herdeiros não estudavam. Ainda hoje alguns pais desejam que os filhos sigam a mesma profissão que a deles. Outros preferem não comentar e o restante talvez ajude o filho a realizar o próprio sonho. No caso da estudante de enfermagem Sebastiana Freitas, 37 anos, a situação foi extremamente diferente e curiosa.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

sebastião freitas

 

Depois que a filha ficou internada em uma ala de isolamento de um hospital público e perceber os maus tratos que a técnica de enfermagem dava a um idoso, ela decidiu que a filha não passaria o resto dos anos sendo maltratada por uma pessoa que havia sido treinada, mas que por algum motivo decidiu de fato não exercer o diploma.

 

A história começou quando a mãe matriculou a filha Paula Freitas no primeiro ano do ensino fundamental. Depois de alguns dias no colégio, as professoras chamaram Sebastiana e contaram que a menina não conseguia acompanhar os outros colegas.

 

“Depois disso fui ver se a Paula tinha algum problema de visão. Levei em dois oftalmologistas e eles detectaram apenas que ela tinha um problema na retina e que era genético”, lembrou.

 

Com o passar dos anos, a situação da criança foi piorando e Sebastiana decidiu levar a filha para consultar com um neurologista.

 

“Após uma bateria de exames, ela disse que minha filha tinha a doença degenerativa encefalopatia mitocondrial e que a mãe seria a portadora da doença. E, que no decorrer dos anos, ela perderia a fala  e a visão e no final o destino seria a cama”.

 

Encefalopatia Mitocondrial é um transtorno multissistêmico com início na infância e que atinge principalmente os órgãos que precisam de energia, por exemplo, o coração e o rim.

 

A primeira parada cardiorrespiratória que Paula teve foi aos 16 anos. Ela foi levada para a unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ficou meses no local.

 

“Daí começou o desejo de querer fazer enfermagem, porque bem no finalzinho da minha filha receber alta, vi uma técnica nervosa na ala e perguntei o que tinha acontecido e rapidamente ela falou esse velho podia morrer logo para dar lugar para outras pessoas. Achei aquilo horrível e comecei a discutir com ela, porque se ela fazia isso com ele e, quem dirá, com a minha que estava no mesmo no local”, afirmou.

Alan Cosme/HiperNoticias

sebastião freitas

 

Na época, Sebastiana saiu da sala para não continuar a discussão. “Falei já que não tem capacidade para cuidar das pessoas como seres humanos, vou fazer enfermagem para ser sua chefe e te ensinar como é que se faz. Ela me falou você não vai conseguir abraçar o mundo. Falei: não mesmo, mas as pessoas que passarem pela minha mão farei de tudo para conseguir dar meu melhor”, comentou.

 

Após aquela terrível situação, Sebastiana contou que a profissional pediu desculpas, porém, ela não se limitou em continuar com a ideia de ser enfermeira.

 

A filha recebeu alta e foi para uma clínica médica tomar medicação para ver se melhorava a flexão dos braços e das pernas. Hoje, Paula vive em casa, com o privilégio de receber toda a atenção que necessita no home care (tratamento domicílio).

 

HOME CARE

Alan Cosme/HiperNoticias

sebastião freitas

 

O plantão é trocado das 7h às 19h, e das 19h até a manhã do dia seguinte. Mas, para isso, Sebastiana precisou mais uma vez ser corajosa: ingressar com um pedido na Justiça para conseguir todo o tratamento fornecido pelo Estado, com direito de médico, ambulância, fisioterapeuta, entre outros.

 

O quarto de Paula é simples. No entanto, tem oxigênio, aparelho respiratório, ventilação mecânica, consultas com fonoaudióloga.

 

“Briguei muito para conseguir esse tratamento. Muitas pessoas nem sabem que tem. Hoje eu não tenho privacidade dentro da minha própria casa porque é um hospital, mas me submeto a tudo para ver a felicidade da minha filha”.

 

FAMÍLIA

Além da filha especial, Sebastiana tem outros três filhos. Todos na casa precisam de atendimento psicológico para superar a dificuldade que a irmã tem.

 

“Eu sou solteira. As duas vezes que casei não tive experiências boas. O primeiro homem que casei é advogado só tem nome, porém, não me ajuda com as despesas da casa. Já meu segundo marido foi usuário de droga e larguei dele por causa disso porque não cuidava nem mesmo da Paula”.

 

“Hoje já tem cinco anos que minha filha vive com ajuda de aparelhos médicos. Muitos já faleceram da época dela. Acredito que meus cuidados de mãe também ajudam para que ela seja bem atendida dentro da própria casa. Minha rotina é bem corrida, às vezes nem durmo. Hoje já nem sei mais o que é felicidade porque o que falta é minha filha com saúde. E, todos os dias é como se fosse o último, por isso, procuro sempre abraçar, cuidar, beijar, porque a qualquer momento ela pode sair de perto de mim”, lamentou.

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Álbum de fotos

Alan Cosme/HiperNoticias

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