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Cidades Domingo, 15 de Julho de 2018, 16:50 - A | A

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Domingo, 15 de Julho de 2018, 16h:50 - A | A

CASAMENTO COMUNITÁRIO

Separados por 4 anos, haitianos se casam em Cuiabá

ANA FLÁVIA CORRÊA

“Job, você vai casar comigo mesmo?”, questionava a cabelereira Esclalineda Pierre, 23, ao seu noivo Job Sejour, 27. O eletricista veio para o Brasil em 2013, devido às inúmeras dificuldades que assolavam o Haiti. Pela falta de dinheiro, Esclalineda precisou ficar. Durante os quatro anos em que estiveram distantes pelos 4.311 quilômetros que separam os dois países, eles se comunicavam todos os dias pelo WhatsApp.

 

Arquivo Pessoal

Job Sejour

 

“Não ficamos um dia sem nos falar. Ela tinha que saber tudo o que eu estava fazendo. Se ela ligou para mim e eu não atendia, ela queria saber o porquê de eu não estar atendendo”, contou Job em bom português. 

 

O eletricista chegou primeiro ao Acre, mas não conseguiu arranjar um bom emprego. As opções que lhe restaram foram Cuiabá e São Paulo. Ele escolheu a capital mato-grossense pela proximidade. Aqui, trabalhou de bico em bico para conseguir seu sustento. Com o pouco que ganhava, era preciso fazer sobrar. Depois de quatro anos, juntou o suficiente apenas para a passagem de Esclalineda, que chegou em agosto do ano passado. 

 

A chegada de Esclalineda não era tudo. Ainda era preciso responder definitivamente a pergunta da noiva sobre o casamento. “Fique calma”, Job dizia. Sem saber que eles ainda se deparariam com alguns obstáculos antes de formalizar a união. A religião dos noivos, adventista, não permite que um casal more junto sem estar casado. 

 

“Desde que ela chegou aqui estava muito complicado para arrumar os documentos. Por exemplo, o meu papel de nascimento estava plastificado e o cartório não aceitava. Eu tive que pedir para fazer a segunda via para mim lá no Haiti”, explicou.

 

Mesmo com a ajuda dos amigos da igreja, eles precisaram de dez meses para conseguir juntar todos os documentos necessários. No mês passado, finalmente se casaram em uma cerimônia comunitária. Na igreja, os amigos e conhecidos do casal fizeram uma festa multicultural, que juntou os gostos cuiabanos com os do Haiti. 

 

Esclalineda, agora, carrega na barriga um cuiabano, Daniel, que deve nascer no próximo mês. O casal continua trabalhando para construir uma casa e sustentar o filho. Atualmente, os dois moram de aluguel nos fundos na casa de uma amiga da comunidade adventista. Os planos para o futuro consistem em juntar dinheiro para comprar um terreno. “Eu não sei quanto tempo vou ficar aqui, talvez para sempre”, completou Job, sorrindo. 

 

O começo

 

Quando Esclalineda entrou em sua igreja durante a semana do evangélico, em 2011, Job soube que era com ela que ele deveria se casar. A cabelereira também se encantou pelo seu futuro marido assim que o viu. A família, no entanto, não aprovava a união dos dois. Como Esclalineda ainda estava estudando, eles acreditavam que o namoro atrapalharia os estudos. “Mas você sabe como é, quando um homem e uma mulher gostam um do outro”, contou Job. Eles ficaram juntos por dois anos até que a mãe de Job morreu e ele decidiu vir ao Brasil. 

 

“Eu falei pra ela ‘acho que vou viajar’. Ela ficou preocupada, queria saber para onde eu ia, disse ‘você vai me deixar aqui? Como eu vou ficar?’. Eu disse que não a deixaria lá. Disse que ia vir primeiro, trabalhar e depois ia trazer ela para ficar comigo”, finalizou. 

 

Job ainda quer trazer o pai e a irmã para o Brasil, enquanto Esclalineda pretende trazer a irmã. O dinheiro que sobra, no entanto, é para comprar o terreno para construir a casa e criar Daniel. Mesmo com todas as dificuldades, o casal ainda carrega um monte de sonhos. Sem sentir o peso do tempo, os dois conversam e se olham apaixonados como se ainda fosse 2011 e têm cada vez mais certeza de que querem dividir um com o outro a vida que têm pela frente. 

 

 

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