Mitos ainda povoam a ideia de parto humanizado na sociedade. Diante destas narrativas, o fator que mais “amedronta” as futuras mães, neste processo, é a dor. Para conscientizá-las e mostrar que o parto humanizado é uma opção que traz vários ganhos à saúde da mãe e da criança, a Unimed Cuiabá realizou na noite desta quinta-feira (20) a palestra “Desmistificando o Parto Humanizado – A mulher como protagonista”, com o ginecologista e obstetra Lucas Barbosa, do Hospital das Clínicas da UFMG, Hospital Sofia Feldman e Unimed BH.
De acordo com Lucas, o trabalho de conscientização que está sendo desenvolvido é de extrema relevância em um cenário em que o Brasil está em primeiro lugar na taxa de cirurgias cesarianas no mundo. Pela rede de saúde privada, o índice chega a 80% e no Sistema Único de Saúde (SUS), a 56%, diferente do que acontece nas melhores maternidades do mundo, que com um controle rigoroso, conseguem que as taxas não cheguem a 30%.
“O que as Unimeds vêm realizando é um trabalho para melhorar estes indicadores. E dentro deste cenário, nada melhor que a conscientização da própria mulher grávida para ser nossa personagem central. Apontando e revalorizando o parto como algo dela, enfatizando que é um evento natural, fisiológico”, destacou Lucas Barbosa.
Ainda segundo o ginecologista, estudos mais recentes mostram que a criança que nasce de parto normal tem uma colonização microbiana diferente da que nasce de cesariana. “A colonização alterada na cesariana poderia explicar um índice de crianças altamente alergênicas e com outros problemas de saúde, como obesidade na infância,” disse.
O fator da dor não é mais um problema nos dias atuais. Com a evolução da analgesia, há métodos farmacológicos e não farmacológicos na indústria, “que auxiliam a mulher não passar pelo processo extremo de dor durante o parto”, garantiu Dr. Lucas. A ginecologista Fernanda Monteiro de Paula Siqueira Juveniz, membro do Comitê Educativo da Unimed Cuiabá, reiterou o trabalho desenvolvido pela Cooperativa neste segmento. “A Unimed Cuiabá vem investindo nos programas de conscientização das ‘mamães’ quanto ao parto humanizado e seus fatores positivos. Desmistificá-lo ainda é uma tarefa longa, mas já começamos e isso significa que a compreensão aconteceu, mesmo que seja da minoria”, destacou.
Prestigiando a palestra, junto às mais de 60 futuras ‘mamães’, estava a doula Thatiany Carvalho, 33 anos, que exerce a função há um ano. Thatiany contou que achou muito interessante a iniciativa da Unimed Cuiabá em tratar o assunto que ainda sofre muito preconceito no país. “Todas as mulheres deveriam ter acesso à informação de qualidade, com evidências científicas. E isso vindo de um plano de saúde, que muitas vezes elas acham que não vai dar este suporte para ter o parto, é sensacional. Uma grande evolução. Fico muito feliz e satisfeita”, finalizou.
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