A Polícia Civil desvendou a morte de uma criança de dois anos após tomar uma bebida achocolatada. Conforme a perícia forense, no produto havia um veneno usado para controlar pragas em lavouras e para matar ratos em áreas urbanas.
Alan Cosme/HiperNoticias
Delegado Eduardo Botelho concede entrevista para falar do envenenamento de criança
Dois homens foram presos, na manhã desta quinta-feira (01), por supeita de envenanamento do achocolatado das marcas Itambé e Danone. Segundo a Polícia, Adônis José Negri usou uma seringa para ingerir o veneno na caixinha do achocolatado.
O objetivo seria atingir Deuel de Rezende Soares, 27 anos, também preso, acusado por Soares de furtar alimentos da sua residência. No entanto, este último suspeito teria roubado os achocolatados e vendidos para o pai da criança, vítima de envenenamento.
O pai do pequeno R.C.S.S, 2 anos confirmou à Polícia que é usuário de crack e que comprou a embalagem de cinco achocolatados por R$ 10. "Ele estava na praça do bairro Parque Cuiabá quando Duel passou e ofereceu o produto", contou o delegado Eduardo Botelho.
Segundo o delegado, o Adonis confirmou a versão. "Ele não tinha nenhuma intenção de matar a criança, mas tinha intenção de pegar o rapaz que furtava alimentos em sua casa. Porém, esse rapaz furtou e o alvo acabou sendo uma criança que hoje está morta", comentou Botelho.
Alan José, que é amigo da família, também tomou um dos achocolatados e até hoje está internado no Pronto-Socorro de Cuiabá. "Por conta do peso, altura e tamanho, ele passou mal e aguardamos sua alta médica para tentar interrogá-lo", comentou.
Assessoria
Coletiva de imprensa aconteceu na tarde desta quinta-feira (1)
Para envenenar o produto, Adônis José Negri usou uma agulha e uma seringa, fazendo furos na embalagem. "Primeiramente ele disse que seria para matar ratos, mas eu nunca vi ratos invadindo geladeira para pegar achocolatado. Então, num segundo momento ele confirmou que queria pegar o ladrão de alimentos da sua casa", confirmou.
O laudo toxicológico da Perícia Oficial e Identificação Ténica (Politec) feita pelo perito criminal, Diego Viana no Laboratório Forense, deu positivo para envenenamento nas amostras de achocolatado encaminhadas pela Polícia Civi e no material biológico da criança que morreu após ingerir a bebida. O exame pericial detectou a presença de substância Carbofurano nas cinco caixinhas.
A substância é o priincípio ativo encontrado em perticidas utilizados para controle de pragas em lavouras e em veneno de rato. O perito Diego Viana comentou que a pesquisa minuciosa conseguiu descartar qualquer hipótese de contaminação biológica por bactéria ou fungo decorrente do processo de fabricação.
"Unindo o histórico da morte da criança que morreu rapidamente e os sintomas apresentados, juntamos uma linha de pesquisa sobre a classe de venenos que poderiam trazer esses efeitos. Primeiramente a substância foi encontrada no material biológico coletado no aparelho digestivo da criança e em seguida as mesmas substâncias estavam presentes cinco embalagens. Os furos encontrados nas embalagens foram fundamentais para esclarecer que era um caso de contaminação criminal do produto alimentício e o laudo pericial foi definido para o desfecho da investigação", disse o perito.
Na operação desta manhã de quinta-feira (1), Deuel foi preso. Ele já possui dezenas de processos na Justiça por pequenos furtos. Ele irá responder pelo crime de furto. Já o autor do envenenamento do achocolatado, Adônis José Negri, será autuado por homicídio qualificado com uso de veneno e por tentativa de homicídio também qualificado por envenamento pelo caso contra Alan José, que segue internado.
Posicionamento do Itambé
Nesta quinta-feira (1/9), a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cuiabá efetuou a prisão de duas pessoas acusadas de envenenar uma criança em Cuiabá. Desta forma, a polícia esclarece o episódio e descarta qualquer problema de contaminação do produto Itambezinho. A Itambé reforça que desde o dia 25/05, data de fabricação do lote em questão, já foram comercializadas mais de 5 milhões de unidades e não foram registradas reclamações de nenhuma natureza. A empresa lamenta o ocorrido, se solidariza com a dor da família e reforça seu compromisso com os consumidores brasileiros ao entregar produtos da mais alta qualidade.
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