Entre as publicações apresentadas está uma em que Weintraub usa o termo "imbecil" para uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao Estadão, Weintraub disse confiar na Justiça comum e espera pela condenação de Boulos para que o deputado pare com ofensas. Ele disse que não pretende retirar a queixa contra o parlamentar e propôs um debate com Boulos a qualquer momento. Já o deputado federal não quis se manifestar.
As publicações apresentadas pela defesa de Boulos são, segundo os advogados que assinam a peça, "contextualização mais do que necessária para análise da suposta ofensa ao bem jurídico objeto desta ação". Eles afirmam que Weintraub é figura política e colecionou polêmicas enquanto ministro do governo Bolsonaro.
De acordo com o documento de 31 páginas apresentado à Justiça, o ex-ministro começou "a colher frutos justamente em razão de tweets e falas agressivas, disseminando discursos de ódio contra as instituições do Estado Democrático e contra algumas nações estrangeiras, utilizando-se cotidianamente do termo imbecil para se referir a desafetos".
A defesa de Boulos apontou ainda diversas manifestações de pessoas comuns que chamaram Weintraub de "imbecil" e ele não apresentou queixa. "Por sinal, são tantas as vinculações entre as expressões Weintraub e imbecil existentes no Twitter, que não foi possível contabilizar o número exato de referências", citaram Alexandre Pacheco Martins e Bruna Assef Queiroz e Souza, advogados de Boulos.
Os advogados do parlamentar afirmam ainda que Weintraub "anexou aos autos somente um print incompleto da postagem dita ofensiva sem qualquer certificação oficial da prova digital - e ocultou o importante contexto do qual foi estrategicamente retirado e que confere sentido à crítica." A publicação de Boulos ocorreu em janeiro de 2021.
Na inicial, os advogados de Weintraub afirmaram que Boulos cometeu os crimes de injúria e calúnia ao imputar ao ex-ministro da Educação suposta responsabilidade pela falta de vacinas contra Covid-19. "Sem qualquer fundamento científico ou factual, o Querelado afirma categoricamente que o querelante é um dos responsáveis pela falta da vacina no Brasil. Diante do quadro em que nos encontramos, trata-se de uma afirmação falsa e que objetiva denegrir a imagem do querelante perante a população", disseram os advogados Auro Hadano Tanaka e Patrícia Helena Martini Aubim, em fevereiro de 2021, quando a ação foi apresentada.
A juíza Daniela Pazzeto Meneghine Conceição, da 11ª Vara Criminal de São Paulo, determinou na segunda-feira, 22, que Weintraub se manifeste nos autos sobre as contrarrazões apresentadas por Boulos.
(Com Agência Estado)
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