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Artigos Sexta-feira, 18 de Março de 2016, 08:21 - A | A

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Sexta-feira, 18 de Março de 2016, 08h:21 - A | A

Uma carta ao amigo Gustavo

A crise é bem mais ampla do que a mídia traz. Vejo que se trata de uma guerra pelo poder

FLÁVIO FERREIRA

Assessoria

Flávio ferreira

 

Recebi um whatsapp do amigo e advogado Gustavo, que foi meu aluno, o qual vi crescer e se casar dentro da minha casa. Ele me pede pra levar à OAB-MT - da qual estou vice-presidente -  a discussão sobre a ilegalidade da quebra do sigilo telefônico da presidente Dilma, ocorrida ontem. E aqui vai meu  inseguro sentimento sobre o que está acontecendo:

Amigo Gustavo, tenho acompanhado a crise política e institucional que vivemos, e que se arrasta há  anos. Penso, ainda, que a crise é bem mais ampla do que a mídia traz. Vejo que se trata de uma guerra pelo poder, bancada pelo grande capitalismo. Fico aqui imaginando qual o erro que o governo atual cometeu? Será que não aceitou negociar com os grandes veículos de comunicação? Ou será que “peitou” alguma proposta financeira, que recebeu daqueles que têm bancado as campanhas políticas há décadas? Ou em que momento a vaidade dos que assinam os cheques no governo disseram não aos seguidos e históricos desvios de verbas públicas?

Você sabe, amigo Gustavo, que nós que estamos na “base da pirâmide”.Nós, que sustentamos os que sempre estiveram no poder, somos apenas massa de manobra das grandes corporações capitalistas.  Nós, que corremos o tempo todo pra pagar nossas contas, sempre violentados por juros absurdos, temos mais essa conta pra pagar! Os discursos políticos, amigo, são textos decorados pra nos inflamar a ter um lado nessa briga desleal e covarde. Nossos representantes no Congresso Nacional se valem do adágio popular dos campos de pelada das várzeas da nossa infância: “...do pescoço pra baixo é canela!"

Aqui, vale lembrar a triste frase atribuída ao folclórico político baiano Antônio Carlos Magalhães:  “...na política até boi voa!Assim, meu amigo Gustavo, parece que o boi está plainando há tempos em Brasília. Fico ainda imaginando o que nossas filhas e filhos irão estudar no futuro, além das mobilizações, quando forem divulgados os encontros secretos a favor e contra. As articulações de como operacionalizar a queda do governo. Quem assumirá? Temer? Eduardo Cunha? Aécio Neves? A volta do criminoso regime militar?... Imagine, amigo Gustavo, que opções temos neste momento? Ou talvez devêssemos refletir: que falta de opção, meu Deus! 

E agora, José? Como diria o Drummond...  e agora, amigo Gustavo?! E agora?  O que ainda viveremos? E o que me vem ao coração éa citação do Mestre Jesus que nos ensina “...o escândalo é necessário, mas ai daquele(a) por quem o escândalo vier...” E, meu amigo, penso que a sentença da Dilma foi decretada já faz algum tempo, quando seu governo não aceitou alguma imposição do grande capital, porque nossa história política sempre foi escrita desta forma lamentável.   

Sobre seu pedido, meu amigo, pra defender o ato ilegal do Juiz Moro da escuta telefônica, na reunião da OAB que teremos (17/03) votarei com minha consciência e vou aceitar a decisão da maioria. E lá vou sustentar que concordo com você: trata-se de abuso de poder de um juiz e que isso é um risco à democracia. Mas, com o coração aberto e triste, sinto que este escândalo é necessário, pois a vida tem me mostrado que a dor existe para que aprendamos. 

Oro para que, nos próximos movimentos deste xadrez político, os jogadores parem de sacrificar os peões – nós consumidores e eleitores - e após abaterem a rainha, (e tomarem o tão cobiçado trono)  deixem de abusar do povo, porque a nossa história apenas começou a ser escrita!

Um beijo pra Heloise, pro Khauan e pra Estela. Saudades, meu amigo.
 

*FLÁVIO FERREIRA no papel de Professor, acadêmico da AML e vice-presidente da OAB-MT

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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OLAVIO JOSE DA SILVA 18/03/2016

Caro amigo e compenheiro Flávio, Analisando sua carta me lembro de um passado não muito distante, o Impeachment do Presidente Collor de Melo, que com o seu afastamento, levou consigo alguns vermes que haviam no Congresso Nacional, vamos torcer para que a Dilma leve também esses vermes existentes no momento.

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Carlos Nunes 18/03/2016

Gostei desse artigo do professor. Comparo com a seguinte situação: de um lado, o cidadão brasileiro desarmado, e restringido pela lei; de outro, o bandido, com 38 na mão, e se brincar mete bala. Aí a gente com o revólver na cara, prestes a levar bala, e ir prá cidade dos pés juntos...filosofa: o que é legal ou ilegal? Pode uma pessoa (o bandido) que não tem ética, nem moral, algumas nem alma tem mais, ficar filosofando, prá ele não tem filosofia alguma - o negócio na hora H, é o cidadão de bem pensar - será que escapo dessa; já o bandido, geralmente com o crack torrando seus neurônios, não quer saber disso, de filosofia. Mete bala. Hoje todos nós somos sobreviventes. Desarmados, é como se nos jogassem numa Arena cheia de leões famintos, de gritassem: Vê se sobrevive, seu idiota. Conclusão: E viva o MORO! Precisaria ter uns 10 MOROS, para colocar corruptos e corruptores na cadeia, passar o Brasil a limpo, doa a quem doer. Se não tiver pulso firme, a situação do Brasil vai ficar pior.

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Mário 18/03/2016

Caro Flávio Ferreira: Respondo às suas indagações: Votei no PT do Lula lá, brilha uma estrela.... Embora não concorde com as posições clássicas da esquerda, optei por votar naquele ex-operário que um dia disse que no congresso existiria, pelo menos, "300 picaretas com anel de doutor". Independente de ideologia, acreditei na cisão em relação ao que existia de pior em nossa política. Porém, o que aconteceu: Sarney, Collor, Renan e outros passaram a continuar exercendo o papel de protagonistas, POR ESCOLHA DE LULA. O PT com eles passou a se valer das estatais para "fazer caixa" e tentar eternizar-se do poder, "à lá Hugo Chavez". Mas, como diria Drummond, no meio do caminho tinha uma pedra, chamada "lava jato", e nela o PT tropeçou, caiu e "quebrou a cara". Parem, vocês da esquerda, com essa mania de perseguição da elite dominante, de querer colocar a culpa de suas próprias mazelas nos outros. A "Globo" achou um telhado de vidro e está jogando pedra. Faz parte do jogo ideológico. Mas esse telhado, isto é importante ressaltar, quem construiu foi o próprio PT.

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3 comentários

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