Tributo ao meu pai

Mayke Toscano

 

As coisas mudam. E mudam muito.

Como é diferente o relacionamento de hoje comparado ao de outrora entre filhos e pais.

A vida moderna cheia de empecilhos, o trabalho para a sobrevivência da família e o mundo virtual, tornou o relacionamento entre filhos e pais diametralmente oposto ao que se praticavam anos atrás.

Lembro-me de alguns “Dia dos Pais” de antigamente, onde o contato físico entre pai e filho, com um abraço e um beijo, jamais poderia ser substituído por uma bermuda, um chinelo ou uma mensagem via watsap.

Hoje não, uma mensagem virtual tipo “Pai te amo”, uma bermuda ou um chinelo enviado pelos correios, ou nem um ou nem outro, consegue preencher a “obrigação” do filho, ou seja, “já falei com o velho”.

Claro, ainda bem que isto acontece só em algumas famílias, geralmente a comprometida com o excesso de trabalho que as impedem ate mesmo de enviar uma mensagem via watsap.

Senti neste domingo, como sinto todos os dias uma saudade infinita de dar um beijo e um abraço no meu pai que há treze anos afastou-se involuntariamente de mim.

Que pena eu não poder sentir mais o cheiro do Gumex que usava em seus cabelos, ou escutar sua frase preferida que era “calma, muita calma”.

Hoje, a vida moderna não dá tempo aos filhos de cultivar o amor que cultivei por você.

Isso é bom em um aspecto. Ninguém neste mundo moderno sofrerá a ausência de um pai como sofro a sua. Não ha tempo de muitos manterem acesa a chama de respeito, de solidariedade, de fraternidade e de gratidão como se mantinha no passado.

Lembrar-se de nossos momentos juntos, de nossas viagens e de nossos domingos de futebol, me parecendo ser ontem, leva-me a uma reflexão e uma conclusão que poderia ter-te “curtido” mais.

Não sei até onde e até quando minhas lagrimas teimosamente continuarão a descer no meu rosto quando sua silhueta vem à minha mente. Não pense que eu detesto isso. É a única maneira de tê-lo na minha frente, mesmo que isso me leve a uma grande depressão.

Você foi e sempre será o meu “Cara”.

Peço a Deus que essa saudade que sinto de você, fique muito longe dos meus filhos quando Deus me chamar.

Administra-la é pra quem sabe!

*EDUARDO PÓVOAS é odontólogo pós graduado pela UFRJ.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

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