Todos nós queremos políticos melhores, mas temos um eleitor melhor para votar com os critérios desejados? O politico sai da sociedade e da cultura na qual nasceu, cresceu e vive, portanto, sua índole é a media daquilo que se vive na sociedade, alguns mais outros menos. Estamos em um período eleitoral; propicio para fazer a mudança propagada, mas este eleitor esta querendo realmente mudança? Este eleitor pensa em mudança ou só está preocupado com seu próprio umbigo?
Falam muito mal dos políticos e eles merecem todos os adjetivos que lhes são imputados. Mas uma coisas é certa: encontramos mais gente desonesta ao caminhar pelas ruas da cidade que nos corredores dos palácios de governo. É que a diferença entre as devidas corrupções tem peso diferente para a análise da maioria. Afinal, “corrupção é aquilo que o outro faz a revelia da lei para obter lucro e não me chama para participar”. O que eu faço é esperteza.
É que a maioria das pessoas acham que circular pela cidade acima da velocidade permitida não é desonesto. Que declarar ganhos a menos que a realidade ou mesmo anexar despesas inverídicas na declaração do imposto de renda para pagar menos ou obter devolução não é corrupção. Brigar por aumento ou defender garantias salariais indefensáveis para si e para a sua categoria em detrimento das demais pessoas não é corrupção. Por aí vai.
Esse cidadão, cujo grau de consciência não vai além de seu próprio umbigo, é o mesmo que repete rótulos e chavões contra políticos e contra a política, mas defende e vota segundo o interesse de sua causa (seus ganhos momentâneos ou permanentes) sem se importar com a conduta pessoal ou pública do candidato. É sem vergonha, ladrão, mas pelo menos ficou a nosso favor. Aí vem com a esfarrapada desculpa do esquecimento, nem lembra em quem votou nas eleições passadas; lembra sim! É que o eleitor também tem vergonha de suas próprias e mesquinhas escolhas feitas nas urnas.
Somos vítimas das nossas próprias escolhas. Mas também é verdade que somos cumplices e admiradores daqueles que votamos e daqueles que fazem aquilo que se fosse eu que tivesse no lugar dele e com as mesmas possibilidades e habilidade faria. O número de eleitor que vota enganado é muito pequeno. A grande maioria que elege sabe o que e o porquê está fazendo. O que temos para as próximas eleições no dia 02 de outubro? Temos o retrato da consciência da sociedade, até por isso todos os candidatos serão bem ou mal votados.
Faz-se necessário investir logo em educação. Em educação e não em diplomação, para que a liberdade democrática possa existir a partir de uma consciência política mais coletiva e menos individualista. Caso contrário, o discurso da boca para fora continuará sendo um e do bolso para dentro a ação continuará sendo outra.
Como disse George Bernard Shaw: “O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada”. Muito menos farão escolhas que seus filhos possam um dia se orgulhar. A maioria dos políticos eleitos é cópia do que pensam a maioria de seus eleitores e detratores de mesa de bar.
*JOÃO EDISOM é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador do HiperNotícias.
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