"Não estou pensando nas próximas eleições, estou pensando nas próximas gerações", diz Taques

O governador Pedro Taques (PSDB) voltou a lembrar aos servidores paralisados que este não é o momento de greve, lembrando o clima de “lamentação” que se abate sobre os governadores de todos os Estados durante a reunião com o presidente interino Michel Temer (PMDB).

Alan Cosme/HiperNoticias

 

“Quero expressar aos servidores do Estado de Mato Grosso o meu respeito. Temos hoje 100 mil servidores que são pessoas sérias, decentes, que querem contribuir com o momento que o Estado vive, mas esse não é momento de greve” , afirmou.

“A lamentação é geral, a crise que vivemos é maior que a de 1929. A crise vai passar e quem sobreviverá não é o mais forte, mas aquele que sabe se adaptar melhor e mais rápido a realidade que estamos vivendo”, completou.

Rebatendo as informações de que o governo teria encerrado o diálogo com servidores em greve pela Revisão Geral Anual (RGA), Taques enfatizou que sua administração está seguindo a lei.

“Alguns dizem que estaria faltando diálogo. Não está falando diálogo. É que no passado pode ter faltado coragem  para decidir de acordo com a Constituição e com a lei”, afirmou o governador, lembrando as diversas reuniões para tratar da RGA.

Taques lembrou ainda que a lei da reposição que determina o pagamento da revisão de acordo com a condição orçamentária do Estado, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita os gastos com pessoal em 49% da receita liquida do Estado.

“O tribunal de contas reconheceu, ante a consulta por nós elaborada, que nós não podemos pagar a RGA”, declarou o governador.

Conforme a parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o  governo terá que realizar um profundo enxugamento no custeio da folha de pagamento para que possa cumprir o pagamento da RGA aos servidores públicos do Estado. 

Em resposta, o governador afirmou que está preparando os últimos ajustes na reforma administrativa, que deverá ser encaminhada para a Assembleia Legislativa (ALMT) na próxima semana. 

“Essa reforma será  feita e teremos momentos de debate na Assembleia Legislativa, respeitando o posicionamento daqueles que são contrários.  Na democracia a maioria vence, mas respeitando o direto das minorias”, concluiu.

Taques também afirmou que seu governo não é populista e que preza pela retomada da estabilidade do Estado, mesmo que com decisões amargas.

“Os populistas adoram decisões para serem aplaudidos. Os populistas pensam nas próximas eleições. Eu não estou pensando nas próximas eleições, estou pensando nas próximas gerações de mato-grossenses, para este é que estamos trabalhando aqui. Se não acertarmos agora, Mato Grosso vai entrar num período muito difícil. O Poder Executivo vai fazer o que precisa ser feito”, completa.

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