DHPP prende 6 policiais militares que faziam parte de grupo de extermínio Liga da Justiça

Pelo menos seis policiais militares acusados de participarem do grupo de extermínio "Liga da Justiça" foram presos na manhã desta terça-feira (26), durante a Operação Mercenário, desencadeada pela Secretaria de Segurança Pública, com aporte da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Todos foram detidos em suas casas, nas primeiras horas da manhã. 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Operação começou por volta das 04h30 desta terça-feira (26)

O total de prisão até às 06h30 era de 17 pessoas. No total foram expedidos 21 ordens de prisões pela 14º Vara Criminal de Cuiabá. Armas, munições e coletes balísticos foram apreendidas durante a ação dos policiais. 

Todos os detidos, segundo informações exclusivas obtidas pelo HiperNotícias, residem em Cuiabá e Várzea Grande. Algumas prisões, inclusive, foram cumpridas no bairro Cristo Rei, local onde já registrou mais de 20 homicídios esse ano e teve a última chacina, que resultou em três mortes e um ferido. 

Não foi confirmado por nenhum delegado, porém existe possibilidade de autores da chacina do bairro São Mateus, ocorrida em 2014, estarem entre os presos que foram encaminhados para a sede da Delegacia de Homicídios, na Prainha, em Cuiabá. 

O que mais chama atenção é que a denúncia da população se tornou realidade, pois na maioria dos crimes as testemunhas afirmavam que os autores seriam policiais. 

Ainda não há informação sobre onde esses militares atuavam, porém sabe-se que eles participaram de diversos crimes na região metropolitana. "Entre os crimes estão homicídios no Jardim Paraná, Várzea Grande e outros bairros de periferia, onde havia suspeita de ação do grupo de extermínio", disse uma fonte. 

Na semana passada, ao HiperNotícias, o secretário de Segurança Pública disse que não iria tolerar crimes sendo combatido com o crime. “Pouco importa quem está morrendo. Está morrendo uma pessoa. Seja um traficante, um ladrão, um policial, não importa pra nós. O que importa é que é uma pessoa morta de maneira criminosa. Antes dele ser um delinqüente ele é uma pessoa. Isso pra nós é o que importa. A gente quer sim preservar vidas. E nós vamos aplicar a lei contra o criminoso e não a vingança estatal”, frisou.

O resultado final da Operação Mercenário será divulgada durante o dia pela Secretaria de Segurança Pública. 

OPERAÇÃO

Além de seis policiais militares, outros seis vigilantes foram presos na “Operação Mercenários”, deflagrada pela DHPP . Ainda foram presos um informante da quadrilha e dois mandantes de, pelo menos, cinco assassinatos, um gerente e seis vigilantes. Os crimes foram registrados nos dias 3, 13 e 20 de março e 5 e 13 de abril. Entre os objetos que foram apreendidos estão várias armas de calibre 12, 9 mm e 380, cartuchos de espingarda e colete a prova de bala. 

Entre os casos registrados está a chacina do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, onde três jovens, com idades entre 17 e 25 anos, foram executados. Uma quarta pessoa fraturou a perna ao pular um muro na fuga dos tiros. Ele teve que passar por uma cirurgia no Pronto-Socorro da cidade e deve ser a peça principal na investigação.

Pelas fotos repassadas pela Polícia Militar é possível perceber que duas vítimas morreram próximas umas das outras. Um terceiro jovem tentou correr, mas foi baleado pelas costas e caiu poucos metros à frente dos primeiros corpos. Uma quarta vítima conseguiu correr e foi levada para o Pronto-Socorro. Todos os mortos foram feridos na cabeça, tórax e costas. 

Outro crime que resultou na operação é a morte do empresário Eduardo Rodrigo Beckert, de 35 anos, no último dia 5 de abril. Na ocasião, a vítima foi executada dentro de uma caminhonete quando chegava em sua residência, na região central de Várzea Grande.

(Atualizada as 8h47).

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