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Artigos Segunda-feira, 29 de Abril de 2024, 08:19 - A | A

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Segunda-feira, 29 de Abril de 2024, 08h:19 - A | A

ROSANA DE BARROS

Maria Clara Machado para os dias atuais

ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS

Reprodução

Rosana Barros

 

Maria Clara Jacob Machado foi escritora, dramaturga, teatróloga e atriz. Nascida em 3 de abril de 1921, faleceu em 30 de abril de 2001, deixando um imenso legado, principalmente para a literatura brasileira.

A história de vida da dramaturga é mais um grande exemplo de que a criação e educação pode ser libertadora dentro dos lares. A escritora veio de um lar onde nomes importantes da literatura, da música, da pintura e das artes em geral transitavam em sua casa, e colaboraram para que ela desenvolvesse papel crucial para o meio artístico, tais como: Vinícius de Moraes, Di Cavalcante, Carlos Drummond de Andrade, Tônia Carreiro e Rubem Braga.

Na adolescência, aos 15 anos, Maria Clara ingressou no “Movimento Bandeirante”, encontrando a sua vocação para o teatro. Assim, se reconheceu na literatura infanto-juvenil escrevendo histórias para o teatro de bonecos. Em 1951, com o apoio do pai, de amigas e amigos, a teatróloga fundou o tão conhecido teatro “Tablado”. Através do “Tablado” milhares de profissionais se capacitaram para as artes cênicas, por exemplo: Louise Cardoso, Drica Moraes, Marieta Severo, Malu Mader e Cláudia Abreu. 

Foi em 1955 que a escritora, já bastante conhecida, lançou a sua maior e mais conhecida peça: “Pluft, o Fantasminha”. Com pegadas de humor e poesia, “Pluft” ganhou a crítica como a obra mais completa da autora. Foi agraciada com prêmios importantes após o lançamento da citada peça, que ainda entoa apresentações e versões não somente no país, quanto no mundo afora. Trecho do mencionado texto, na fala do “Pluft”, difunde sentimento: “Que lindo! Que lindo! Que lindo!... Mamãe, mamãe...acode aqui... a menina está derramando o mar pelos olhos!...”

Contadora de histórias, a dramaturga lançou moda em reconstruir figuras dos contos infantis as readequando. Em 1956, no seu conto sobre Chapeuzinho Vermelho, o lobo se tornou perverso e medroso, o que o fez se levado para o zoológico. A avó, por sua vez, era saltitante. As árvores conversavam e mudavam de lugar, a ponto de cirandarem em torno de Chapeuzinho.

Em 1958, conta a história interessante de “A Bruxinha Que Era Boa”, refletindo junto a crianças e adolescentes sobre essa figura tão temida do mundo infantil. Nesse conto a liberdade é exaltada, mostrando a importância de ser livre. Já em 1960, mais uma vez, em “O Cavalinho Azul”, exibe o valor da amizade para a juventude.

Assim Carlos Drummond de Andrade definiu a escrita de Maria Clara: “No que ela faz, o fantástico fica plausível, é um dado cotidiano, até corriqueiro. E o real surge desligado de seu peso tantas vezes incômodo, desvendando-nos uma graça intrínseca, que nele estávamos longe de pressentir.”

A ensaísta brincou com as palavras, trazendo a realidade aos seus pequenos e pequenas interlocutoras. Tirou de histórias contadas culturalmente, lições inimagináveis. Não criou a literatura infanto-juvenil, mas, sem dúvidas, impingiu inteligência e sensibilidade aos destinatários e destinatárias. 

Partiu no dia nacional das mulheres, em 30 de abril, data importante para o calendário feminista, onde é preciso lembrar quanto à luta, conquistas e direitos das mulheres no país. A verve de educadora fez brotar ideias brilhantes em fantasmas com medo de humanos, dragão verde, visão sem discriminação das suas “bruxinhas”, cavalinho azul, e menina a se mover com o vento... Para a TV Brasil, no ano de 1977, disse: “A gente é educadora também quando faz teatro infantil”. Sejamos, Maria Clara Machado!  

(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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