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Artigos Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 15:36 - A | A

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Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 15h:36 - A | A

Estamos perdendo a habilidade de nos tocar com o digital

É comum ver crianças que ao folhear um livro, passem o dedinho, tentado alterar a página

MARIA AUGUSTA RIBEIRO

 

 

Assessoria

Maria Augusta

 

O toque não é para todo mundo. Mas o uso desenfreado de nossos computadores, tablets e smartphones, está afetando a capacidade dos mais jovens de reconhecimento tátil além das telas azuis.

 

Nós tocamos as pessoas para demonstrar afeição, compaixão, compreensão, interesse, segurança, e um monte de outros sentimentos que são potencializados pelo toque. Porém, quando a importância desse toque passa desapercebida, e o único contato que as pessoas têm é uma tela azul, isso reflete no comportamento da sociedade como um todo.

 

Atualmente, é  comum  ver crianças que  ao folhear um livro, passem o dedinho, tentado alterar a página, achando que é uma tela touchscreem. Ou jovens que não se sintam a vontade com o toque dos colegas e prefiram a comunicação via Whatsapp, mesmo que estejam lado a lado.

 

Pode parecer exagero para muita gente que amadureceu construindo suas capacidades cognitivas brincando na rua e fechando negócios com apertos de mão. Mas o toque, para os que já nasceram digitalizados, tem se tornado obsoleto, o que pode afetar construções importantes para o desenvolvimento de uma pessoa.

 

Não é surpresa para ninguém que, mesmo conectados à internet, estamos mais egoístas, preguiçosos e desleixados, já que o Facebook avisa do aniversário do melhor amigo, o Tinder arruma uma phoda rápida, e o Whatsapp pode fazer com que você se comunique com qualquer um.

 

Tecnologia não é ruim. O que é péssimo é como não estamos prestando atenção aos impactos causados pelo uso cotidiano de ferramentas que deveriam melhorar nossa conectividade, mas está afetando sobremaneira a vida dos mais jovens.

 

Sim! Somos culpados porque nossos filhos de 4 anos não sabem folhear um livro, não se sentem a vontade quando são abraçados em público, e não conseguem comer sem a ajuda da foto do prato de comida no Instagram.

 

Estar conectado como sociedade está fazendo com que nosso comportamento seja uma evolução mais para o ruim do que para o bem. E, como somos uma nação afetiva e que toca as pessoas, podemos estar informando às novas gerações que o tocar alguém é obsoleto.

 

A internet é ótima. E não é proibindo seu uso que vamos evoluir como sociedade. Nem mesmo podemos culpar a tecnologia por uma atividade que deveria ser nossa.

 

Imagine que, daqui 5 anos, nossos jovens de 11 anos não saibam mais o que é intimidade, construção de relações e ações de contato, porque hoje acreditamos que dar um smartphone de última geração a uma criança é melhor do que compartilhar experiências.

 

Estamos dando um recado cruel para as gerações mais novas. Estamos dizendo com nosso comportamento digital que apenas o que acontece atreva das telas de nossos smartphones é o que importa. E isso faz com que estejamos preparando pessoas para um amanha com muitos problemas nas relações humanas.

 

Tudo que nos vemos em ambiente digital como comportamento, com certeza acontece em outro lugar físico. Portanto, se desejamos transformação pelo digital, devemos estar conectados uns aos outros  pela internet mas primeiro pelo toque, e não somente por uma interface azul brilhante que para gerar interações não precisa de pessoas do outro lado para isso acontecer. Pense Nisso!

 

*MARIA AUGUSTA RIBEIRO é profissional da informação, especialista em Netnografia, escreve para o Belicosa.com.br.

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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