As notícias da mídia nem sempre merecem tantos destaques como são estampadas. Uma delas me chamou a atenção, falava sobre traição no casamento de um músico norte-americano.
Como ser humano, trai e fui traído. Este ato ignóbil, tão rejeitado por todos, é mais comum do que se pensa. A frase, trair e coçar, basta começar é um mantra do nosso dia a dia. Nossos olhos nos traem com o belo, ou a bela. O chuchu do muro do vizinho é melhor que o seu abacaxi. O que faz isso acontecer?
Diferente de alguns países onde o ato do casamento é arranjado por outros interesses, nós ocidentais nos regozijamos de fazer a melhor escolha entre casais, o amor.
Duas pessoas se encontram e alguns já no primeiro encontro sente atração pelo outro. A química corporal bate e o coração dispara, a vontade de ficar junto fica forte, a todo momento o pensamento está na outra pessoa. Tudo lembra o outro, músicas, perfumes, lugares, comidas, cheiros e inúmeras ocasiões compartilhadas. O tesão está em alta, para outros o amor, ... a paixão.
Na medida que se apegam o tempo traz a confiança, os segredos mútuos são postos na mesa e de repente dois estranhos se acham tampa e panela, almas gêmeas, feitos um para o outro; puro destino.
O faz duas pessoas a ter este tipo de sentimento? Outros dirão, mistérios da fé, uns mais céticos denunciarão como pura droga. Os mais prosaicos afirmam, desejos na genitália do outro.
A fornicação no início é intensa, na adolescência o roçar no corpo alheio faz a cabeça girar até que o ato se complete. Nos adultos, a ação é o próprio reino da felicidade eterna.
Planos são estrategicamente combinados para o futuro e o desejo que os dois corpos se tornem um somente, levam a concretude do casamento e, lá vão os pombinhos para a lua de mel.
O outro é tudo de bom, é o que faltava na vida incompleta do casal. O lar foi finalmente encontrado e a paz com a família, fechado com chave de ouro.
Mas, porém, todavia, contudo, o malvado tempo começa a demonstrar as imperfeições do outro e, as qualidades tão bem vistas nos primeiros tempos, começam a desmoronar. E agora? Procuro uma igreja, psicólogo ou um (a) amante?
A convivência se torna aos poucos insuportável e fazer sexo, faz do ato uma tortura e só com muita imaginação e com hora marcada o ato tortuosamente acontece.
Haja imaginação na mulher alheia, nos filmes pornográficos e nos modelos do imaginário. O que acontecia em todas as horas, passa a ser a cada quinze dias, um mês, e de repente o ato desaparece.
O mesmo cheiro que atraía, agora repulsa, haja Viagra. O coitado do membro fálico repulsivamente tem que trabalhar para manter a relação, embora os sentimentos não correspondam ao ato em si. Tudo em função do seu, do meu, do nosso compromisso anterior, dos filhos que nasceram e da sociedade que nos julga. Viver enfadonhamente infeliz é o que resta.
Mas ainda com vigor para praticar o sexo, um dos lados, não sei se por coragem ou covardia, diriam alguns, partem para outros parceiros. Por que fazer sexo é uma das melhores coisas da vida e esta vontade impetuosa, embora refreada por um arcaísmo religioso, nos faz retornar aquela antiga força sexual e a química volta acontecer.
O resultado disso é sempre uma separação, acusação de ter dedicado a vida inteira ao outro e receber em troca, a troca. Alguns topam o Ménage à trois, como forma de uma relação diferente, ou ultimamente, o poli amor.
Aos ressentidos é bom lembrar que a vontade sexual com o tempo vai diminuindo e acaba, simples assim, não adianta rezar, procurar terapeuta, que com maior ou menor intensidade, seu parceiro com o tempo vira no máximo um (a) irmão (a) e nada mais.
A bela (adormecida), recatada e do lar é o meu sonho de consumo e o seu qual é?
*PEDRO FELIX é historiador e escreve em Cuiabá.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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